Mário Centeno eleito presidente do Eurogrupo
O ministro da Finanças do Governo socialista, Mário Centeno, foi hoje eleito pelos seus pares europeus, em Bruxelas, como o novo presidente do Eurogrupo, o fórum de ministros das Finanças da Zona Euro.
Mário Centeno, que tomará posse no dia 13 de janeiro, sucedendo ao holandês Jeroen Dijsselbloem, apontou, ainda antes da sua eleição, que a candidatura portuguesa assentou, desde o primeiro momento, na exigência de gerar consensos, destacando a importância, no atual momento, de lançar e implementar um conjunto de reformas indispensáveis para completar o projeto europeu.
“Hoje é um dia importante para o Eurogrupo, vamos eleger um novo presidente que terá uma responsabilidade significativa, dado o facto de estarmos a iniciar um novo ciclo politico em muitos países na Europa”, disse o ministro português, acrescentando que todos reconhecem a importância do momento “para lançar um processo de reformas que completem algumas das instituições-chave da área do euro, que todos também identificam como não estando completas, começando seguramente pela união bancária”.
Mário Centeno recordou que sempre disse que a sua candidatura só avançaria se estivesse “sustentada na formação de consensos, numa plataforma e agenda que permitisse avanços significativos na área do euro”, avançando que é isso que espera, caso se confirmasse o sucesso da sua candidatura.
“É muito importante fazer notar a enorme cooperação que desde o princípio, mesmo quando estávamos um pouco mais a ser analisados de um ângulo menos positivo, tivemos com as instituições europeias”, disse, sublinhando a capacidade interventiva com que Portugal foi capaz de se afirmar.
“Nós apresentámo-nos sempre numa posição de construção e de credibilização do país dentro da UE e em particular na área do euro, e foi aliás isso que possibilitou que hoje estivéssemos aqui neste processo”, sustentou.
“Mostrámos a todos que podemos alcançar consensos, podemos trabalhar com outras partes, com as instituições. Portugal é um exemplo disso ultimamente”, afirmou ainda, manifestando a sua confiança no resultado da candidatura, como veio a confirmar-se.
Quadro superior do Banco de Portugal e doutorado em Harvard, Mário Centeno coordenou o grupo de economistas que preparou e apresentou, em 2015, um cenário macroeconómico do país, projetado para uma década, uma iniciativa inédita que serviu de base para o programa de governação económica e financeira com que o Partido Socialista se apresentou aos portugueses.
Dois anos depois, a alternativa então preconizada, e conduzida por Centeno já enquanto ministro das Finanças do XXI Governo Constitucional, assente no rigor, na inversão da política de austeridade, na reanimação da economia e na recuperação de rendimentos das famílias e dos portugueses, provou o seu acerto, como os resultados do país o demonstram de forma inequívoca: o menor défice em democracia, saída do país do procedimento por défice excessivo, trajetória de redução sustentada da dívida pública, melhoria do ‘rating’ do país, maior crescimento e redução de desemprego em muitos anos, e, sobretudo, a recuperação da confiança e a melhoria da vida dos portugueses.
Conquistado, por Portugal e pelos portugueses, o reconhecimento dos parceiros europeus, segue-se o exigente desafio da tarefa, comum e partilhada, de completar a arquitetura de um projeto europeu que se quer inclusivo para os seus cidadãos.