Mário Centeno é a partir de hoje o novo líder do Eurogrupo
O ministro português que falava aos jornalistas após ter sido investido no novo cargo europeu, numa cerimónia que decorreu esta manhã na embaixada portuguesa em Paris, depois garantir estar preparado para desempenhar o novo cargo, defendeu que, tal como os restantes países, também Portugal tem “imenso a ganhar” em tudo fazer para “superar os inúmeros desafios” que a União Europeia tem pela frente.
Garantindo estar preparado para liderar o Eurogrupo e que toma “este desafio” com “grande motivação” e como um assunto “muito sério”, o ministro Mário Centeno, depois de se regozijar com o facto de poder contar com uma equipa “muito diligente e eficiente” quer em Portugal, quer no Eurogrupo, chamou a atenção para o trabalho “que todos podem avaliar”, como ministro das Finanças de Portugal, onde “cumprimos com todas as metas a que nos propusemos”.
Quanto ao futuro da Europa, Mário Centeno voltou a referir que pretende ajudar a construir um modelo “mais robusto e resiliente a crises”, numa altura, como defendeu, em que a Europa se depara com uma “janela de oportunidade” para poder progredir, não só pelo “novo ciclo político” que se abriu, designadamente, com a eleição recente do Presidente francês, Emmanuel Macron, quer também pelas atuais “boas condições económicas” da Europa.
Boas condições económicas, que resultam, como sustentou, porque todos os países da zona euro apresentam hoje um crescimento acima do 1,5%, a par de uma posição orçamental equilibrada, melhorias que são transversais a todos os países e “muito significativas” também no que respeita à poupança líquida e uma posição externa “muito favorável para a Europa”.
Enfrentar os desafios
Em relação aos desafios que a zona euro tem pela frente, Mário Centeno chamou sobretudo a atenção para a necessária conclusão, quer da união bancária, quer da união do mercado de capitais, mas também para o necessário reforço da capacidade orçamental da União Europeia, medidas que terão de ser capazes de promover, como aludiu, “o investimento e a estabilidade”, sustentando o ministro português que estas reformas têm de garantir de futuro, “maior estabilidade e integração financeira na área do euro”, algo, que hoje, como reconheceu, é ainda um ponto que está “incompleto e incipiente”.
Consciente de que a Europa precisa rapidamente de avançar para novas reforma na área financeira, Mário Centeno lembrou, a este propósito, que Portugal tem vindo a promover, nos dois últimos anos, um conjunto de importantes reformas, precisamente “nas áreas financeira e das qualificações”, acrescentando que agora é preciso juntar as vontades nacionais, porque os países que integram a zona euro, como salientou, “representam um conjunto de Estados soberanos”, àquilo que é “a necessidade institucional de construir uma área mais forte”.
Mário Centeno que hoje assumiu oficialmente as suas funções à frente do Eurogrupo, numa cerimónia que decorreu na embaixada portuguesa em Paris, foi ontem recebido no Palácio do Eliseu, pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, tendo posteriormente reunido com o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe.