Margarida Marques elege os direitos sociais como prioridade
A ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus defende que, “para isso, têm de existir mecanismos para que o pilar dos direitos sociais seja efetivamente respeitado”, salientando tratar-se de um processo que tem que ser construído com “pequenos passos”.
“O pilar dos direitos sociais é apenas uma proclamação, mas existe e é já um passo em frente. E já foi dado um segundo passo ao construírem-se indicadores que os Estados-membros devem seguir, reportando à União Europeia os progressos no que diz respeito a esses mesmos indicadores. É por pequenos passos que se estabelecem todas as políticas na União Europeia”, sublinha Margarida Marques.
Depois de ter trabalhado 21 anos para a Comissão Europeia e de ter sido membro do Conselho de Ministros da União Europeia (Conselho de Assuntos Gerais), Margarida Marques considera que a sua eleição como deputada europeia seria, “na prática, o fechar de um ciclo das instituições que efetivamente participam no processo de decisão ao nível europeu”.
“Esse é para mim o desafio fundamental. Já comecei a fazer a minha agenda como futura deputada europeia, caso seja eleita, que é a agenda socialista para o próximo Parlamento Europeu”, revelou.
Um segundo desafio é o completar da União Económica e Monetária. “Temos vindo a fazer várias propostas, mas é fundamental que o euro se torne um instrumento de convergência e não de divergência”, diz a candidata, reforçando um dos principais objetivos defendidos pelo primeiro-ministro, António Costa.
A “numero quatro” da lista encabeçada por Pedro Marques destaca também a importância do setor digital, salientando o trabalho que o eurodeputado Carlos Zorrinho tem vindo a desenvolver nesta área.
“Não podemos falhar no acesso de todos ao digital e, para isso, é preciso existirem redes em todo o país e em toda a Europa, mas precisamos de desenvolver competências para que todas as pessoas possam beneficiar do digital – e aqui a formação tem um papel muito importante”, refere Margarida Marques.
Por outro lado, “há um segundo aspeto do digital relacionado com os direitos sociais em que temos de assegurar que as pessoas que trabalham em plataformas, por exemplo, beneficiam dos mesmos direitos sociais dos restantes trabalhadores”, sublinha.
A candidata do PS considera que é prioritário evitar que o digital seja utilizado como instrumento de combate à democracia e ao Estado de Direito na Europa.
“Estou igualmente a pensar no uso do digital como forma de beneficiar políticas, como a do mercado interno ou a transição energética. Tudo isto são preocupações que gostaria de levar para o Parlamento Europeu”, avança.