Manuel Heitor destaca contributo de modernidade e confiança para regresso à normalidade
Falando aos jornalistas na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, do Instituto Politécnico onde foi assistir ao reinício das atividades letivas presenciais, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apelou ao rápido regresso à normalidade das aulas no ensino superior, sustentando que já nada justifica prolongar o período de dois meses de aulas não presenciais, medida que foi necessária adotar, como lembrou, devido à contenção da pandemia de Covid-19.
O ministro pediu ainda às instituições do ensino superior, “publicas e privadas”, que “continuem a acolher os estudantes estagiários e a criar emprego” para os finalistas, salientando a este propósito o papel de relevo que o Instituto Politécnico de Coimbra está a assumir, ao ter começado já a atrair os seus estudantes para as aulas presenciais, um regresso que o governante considera fundamental e que compreende ainda, como assinalou, a programação das avaliações que serão em junho e julho.
Para Manuel Heitor, se por um lado o Ensino Superior foi capaz de dar um “sinal de modernidade” logo no início da crise, ao adotar o ensino à distância, passado agora o período mais complicado da crise, terá igualmente de assumir um papel de destaque, dando um” sinal de grande confiança” à população, retomando as atividades letivas presenciais.
O ministro lembrou ainda que “sem aprendizagem e sem mais ensino” não haverá “retoma da vida social e económica”, reconhecendo, contudo, que o regresso às aulas presenciais, mesmo que gradual, “não está a ser igual em todo o país”, o que justificou com o facto de haver ainda “algum medo” por parte dos estudantes e das suas famílias, mas também de alguns docentes.
Receios que têm de ser combatidos, como referiu, criando condições nos estabelecimentos do Ensino Superior para que haja mais “segurança e responsabilidade”, voltando a reafirmar mais à frente a importância dos estágios para cerca de “80 mil jovens” que todos os anos, após as suas graduações, entram em contacto com o mercado de trabalho.
Competências para o futuro
Antes, Manuel Heitor esteve num debate no ISCTE, em Lisboa, onde participou numa sessão da iniciativa ‘Skills 4 pós-Covid – Competências para o futuro’, onde o governante corroborou a importância de se continuar a privilegiar o trabalho académico presencial, defendendo a este propósito que, perante as oportunidades que estas “crises aceleradas no tempo nos dão”, o Ensino Superior pode e deve “reforçar o seu posicionamento” na sociedade portuguesa, desde que se “sublinhe de forma clara que tem de ser presencial”.
O governante lembrou que falta ainda definir como é que o Ensino Superior em Portugal se poderá diferenciar no contexto europeu, designadamente no que respeita a apresentar uma estratégia própria, “valorizando a presença”, sustentando Manuel Heitor que, para além das tecnologias em geral e da ciência de dados em particular, as “competências para o futuro” devem ser, sobretudo, “transversais”, passando também pelas “ciências sociais e humanas”.