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Mandato claro para dialogar com todos os partidos no novo quadro parlamentar

Mandato claro para dialogar com todos os partidos no novo quadro parlamentar

A Comissão Política Nacional, ontem reunida, mandatou o líder socialista, por ampla maioria, para iniciar negociações com todos os partidos com representação parlamentar, tendo em vista encontrar as melhores soluções para a governabilidade do país, respeitando a concretização de quatro objetivos que o PS entende como essenciais.

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Mandato claro para dialogar com todos os partidos no novo quadro parlamentar

Falando aos jornalistas no final dos trabalhos, António Costa garantiu que “ninguém vai ficar de fora” e que “nunca poderia ser indiferente a registar as posições assumidas pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda”, vincando que os partidos à esquerda do PS não devem contudo “ignorar o respeito pelas regras da zona euro”, reafirmando que os socialistas não estão abertos para iniciar qualquer “processo de negociação unilateral da dívida”.

Garantiu que o PS vai avaliar e “tentar encontrar boas soluções programáticas para o país”, não deixando contudo de realçar que neste novo quadro parlamentar “exige-se a todos um grande sentido de responsabilidade”.

Deixou bem claro que é ao PSD, partido que obteve mais deputados, que compete em primeiro lugar procurar as soluções de governabilidade, recordando contudo que desde há muito que o PS recusa o conceito de arco da governação, um conceito que para António Costa é “negativo” por delimitar quem são as forças políticas que podem ou não participar em soluções governativas.

Vincou que o diálogo com os partidos à esquerda do PS é absolutamente necessário, considerando indispensável a “clarificação das posições publicamente assumidas pelo PCP e pelo BE” sobre a existência de condições para a formação de um novo Governo com suporte parlamentar maioritário.

Lembrou a este propósito as posições que o PS avocou durante toda a campanha eleitoral, de que não deixará de “assumir a responsabilidade que lhe foi cometida de garantir que a vontade dos portugueses não se perca na ingovernabilidade, no vazio ou no adiamento”.

António Costa frisou que os socialistas terão “sentido de responsabilidade, espírito de diálogo e de compromisso”, lembrando que o PS partirá para estas conversações com todos os partidos sem abdicar de um conjunto de objetivos que considera essenciais: virar a página na política de austeridade e na estratégia de empobrecimento, por um novo modelo de desenvolvimento e uma nova estratégia de consolidação das contas públicas, “assente no crescimento e no emprego”, no aumento do rendimento das famílias e na criação de condições para o investimento das empresas, pela defesa do Estado social e dos serviços públicos, na Segurança Social, na educação, no combate às desigualdades, no relançamento do investimento na Ciência, na Inovação e na Cultura, por uma política reforçada de convergência e coesão e pelo respeito pelos compromissos europeus e internacionais de Portugal.