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"Mais vale tarde do que nunca, mas o que está aqui em causa é o que nós teríamos …

"Mais vale tarde do que nunca, mas o que está aqui em causa é o que nós teríamos …

O secretário-geral do PS acusou ontem o Governo de não ter “uma voz firme na Europa”, considerando que o Executivo PSD/CDS-PP foi “obrigado a renegociar” as condições do pagamento do empréstimo à 'troika'.

“Se o Banco Central Europeu tivesse agido mais cedo e se o Governo tivesse tido, como não tem ainda hoje, uma voz firme na Europa, nós teríamos tido a oportunidade de estar a preparar este país para sair da crise”, disse António José Seguro.

Segundo o líder do PS, que falava num jantar com militantes na vila de Aljustrel, no Baixo Alentejo, “o primeiro-ministro foi obrigado a renegociar” as condições do pagamento do empréstimo à 'troika'.

“É verdade que Passos Coelho não o assumiu em público, mas hoje é uma realidade”, disse António José Seguro, lembrando que ele e o PS, “há mais de um ano e meio”, que defendiam que “era necessário renegociar as condições” e pedir mais tempo para Portugal pagar as dívidas e juros mais baixos.

“O que nos respondiam? Quer isso era impossível. Tantos debates quinzenais [na Assembleia da Republica] em que eu dizia isto ao primeiro-ministro”, o qual dizia: “Eu não quero nem mais tempo, nem mais dinheiro”, relembrou.

“Já se perguntaram a cada um de vós o que teríamos poupado em falências, em desemprego, em sacríficos, em destruição do nosso aparelho produtivo se essa renegociação tivesse sido feita no momento certo”, questionou.

Seguro disse que não faz “nenhuma disputa partidária” sobre o regresso de Portugal aos mercados, mas pediu ao Governo para reconhecer “o papel que o Banco Central Europeu teve nesse regresso assistido aos mercados”.

O líder do PS lembrou que “tantas vezes” disse que “era necessário que o Banco Central Europeu tivesse uma participação mais ativa na saída” da crise, mas o primeiro-ministro não estava de acordo, e que o PS apresentou uma resolução na Assembleia da Republica “a dizer precisamente isso e que o PSD e o CDS chumbaram”.

“Como diz o povo, mais vale tarde do que nunca, mas o que está aqui em causa é o que nós teríamos poupado”, insistiu António José Seguro, acusando o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de querer “conduzir” Portugal para um “futuro de empobrecimento”.

“Este país tem futuro, mas o nosso futuro não é o futuro do empobrecimento a que nos quer conduzir o primeiro-ministro”, afirmou, defendendo que “é possível outro caminho” e só prometerá aos portugueses o que “tiver a certeza” que poderá fazer se chegar a ser primeiro-ministro.

“Muitas vezes, sou acusado que fazer poucas promessas, mas, quero garantir-vos que só prometerei aos portugueses aquilo que tiver a certeza que posso cumprir, quando um dia, como espero, merecer a confiança para governar este país”, afirmou.