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Mais estabilidade no trabalho para combater baixa na natalidade

Mais estabilidade no trabalho para combater baixa na natalidade

O reforço da estabilidade das relações profissionais tem de ser assumido como um objetivo nacional para ultrapassar a crise de natalidade existente no país, defendeu o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa.

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Mais estabilidade no trabalho para combater baixa na natalidade

Vieira da Silva intervinha na conferência “Natalidade: Como fazer crescer Portugal”, ocasião em que considerou a instabilidade dos percursos profissionais como o fator mais marcante para o adiamento da decisão de ter filhos na atualidade.
“Se nós não assumirmos como objetivo nacional um reforço da estabilidade das relações profissionais, principalmente nos jovens e nas famílias jovens, teremos mais dificuldade em ultrapassar esta limitação que temos hoje e que é um fator de diminuição do bem-estar social”, alertou o governante, para quem as licenças parentais, os apoios à natalidade e os equipamentos sociais “valem pouco quando se vive uma situação de profunda instabilidade nas relações laborais”.
Apesar de considerar que o crescimento do emprego em Portugal tem sido sólido nos últimos anos, este, apontou centra-se mais nas pessoas acima dos 45 anos e nos jovens até aos 25 anos.
O grupo etário que menos cresceu em Portugal em matéria de emprego, adiantou, foi o da chamada idade fértil, salientou o ministro, sublinhando que “na idade mais ativa e mais fértil foi onde menos cresceu emprego”.
O ministro destacou ainda a crescente dificuldade do acesso à habitação para as famílias e jovens, um fenómeno mais sensível nas áreas metropolitanas e que cria dificuldades à constituição de famílias.
E considerou “importante” reconhecer que existe este fenómeno de uma diminuição da natalidade para que possa ser vencida a batalha com respostas conjugadas de mobilização nacional.
Assim sendo, o titular da Pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse que Portugal necessita de uma ação mais agressiva de combate à baixa taxa de natalidade, particularmente quando o número de crianças que nascem é significativamente mais baixo e inferior ao número que as famílias portuguesas desejariam ter.
“Quando existe este desconforto global, porque as pessoas não têm capacidade de realizar os seus desejos, justifica-se políticas de apoio à natalidade”, disse, adiantando, contudo, que não é fácil tendo em conta os problemas estruturais do país responsáveis pela queda de natalidade, nomeadamente a estabilidade no emprego.
“Há aqui uma necessidade de uma mobilização de todos os parceiros para olhar a natalidade como um objetivo nacional garantindo que ninguém é penalizado”, advogou.
A terminar, Vieira da Silva explicou que o Governo socialista liderado por António Costa apresentou propostas para reduzir os níveis de contratação a prazo, começando pelo Estado e propondo ao setor privado que também o faça para criar um clima favorável à maior estabilidade das carreiras profissionais.