Mais défice, mais dívida e uma retoma anémica
Segundo o World Economic Outlook apresentado ontem em Lima, Peru, pelo novo economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, o défice orçamental português deverá ficar em 3,1% do produto interno bruto, este ano, e não em 2,7% como refere o Governo PSD/CDS.
No próximo ano, o Executivo de Passos/Portas é mais otimista: prevê 1,8%, contando já com uma reforma profunda do sistema de pensões que emagrecerá o sistema de forma permanente em 600 milhões de euros ao ano.
No estudo, que assume um cenário de políticas inalteradas nas projeções a prazo, o FMI diz o contrário do cenário macroeconómico de longo prazo do Governo.
Embora passe a respeitar a marca dos 3% (regra-mãe do Tratado Orçamental), Portugal terá défice orçamental até 2020, pelo menos.
Já na dívida, para não variar, o FMI prevê mais uma subida de nível. Para esta instituição, o rácio deste ano será mais alto do que o estimado em agosto. Fala em 127,8% em vez dos 127,1% de há dois meses. E para 2016 a dívida é revista em alta de 124,4% para 125%.
O FMI prevê ainda uma trajetória do desempenho da economia portuguesa a manter-se “em retoma anémica”, contrastando, por exemplo, com o crescimento de 3,1% projetado para a economia espanhola este ano.