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Luta política não pode toldar o sentido de Estado

Luta política não pode toldar o sentido de Estado

O deputado do PS José Miguel Medeiros criticou hoje, no Parlamento, a posição dos partidos da direita por andarem numa “excitação e num frenesim político-partidário sem precedentes” no caso do assalto ao paiol de Tancos, alertando que “o mais importante é o apuramento dos factos”.

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Luta política não pode toldar o sentido de Estado

“Acreditamos que as questões relacionadas com a defesa da nação são um desígnio do país e, como tal, não podem nem devem ser utilizadas como arma de arremesso político-partidário”, defendeu o deputado socialista durante o debate de atualidade sobre o alegado furto no paiol de Tancos.

Segundo José Miguel Medeiros, torna-se difícil “compreender as posições do PSD e do CDS, traduzidas numa excitação e num frenesim político-partidário sem precedentes”. “Será que, sem argumentos e sem alternativas para apresentar sobre as questões substantivas da defesa nacional, decidiram refugiar-se no domínio da querela partidária, agitando fantasmas e entretendo-se a pedir, à vez, ora a demissão do ministro, ora a demissão dos chefes militares, ora a demissão de ambos”, questionou.

O deputado do PS sublinhou que se trata de uma área “demasiado séria para ser tratada de forma tão pouco prudente”, uma vez que estão em causa a “segurança e a defesa nacionais”.

Por isso, José Miguel Medeiros perguntou, em plenário, “se fará algum sentido puxar o país para o sobressalto e alarmar os portugueses, quando sabemos que o Governo, as Forças Armadas e o poder judicial estão a fazer o seu trabalho”.

Neste momento, defendeu, é essencial “perceber o que realmente aconteceu e tomar as medidas necessárias para evitar que acontecimentos como este se repitam”. Para tal contribuem os relatórios, que foram “concluídos dentro dos prazos, e deles foram extraídas no imediato consequências no domínio da segurança dos paióis nacionais e das instalações militares”. No entanto, ainda existem investigações criminais em curso, acrescentou.

“Afinal, parece que os bons resultados que o Governo tem apresentado, com amplo reconhecimento externo, levam a direita, renegando responsabilidades, a virar-se avidamente para ocorrências nas áreas da soberania e a explorá-las com o mesmo estilo que tem vindo a usar para a putativa chegada do ‘diabo’ ao mundo da economia”, lamentou o deputado do Partido Socialista.

“O PS, como os portugueses, confia na capacidade do Governo e do ministro da Defesa para conduzir este assunto com o sentido de responsabilidade e a serenidade que se exigem”, disse.