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Lousã recebe Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais

Lousã recebe Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais

Nem o Governo nem os cidadãos devem baixar a guarda em relação “aos riscos de incêndio em Portugal”, alertou ontem o primeiro-ministro, lembrando que as alterações climáticas “vieram agravar nos últimos anos as condições de proteção da floresta, bem como das próprias populações”.

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Lousã recebe Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais

O primeiro-ministro, acompanhado por vários ministros, presidiu ontem à inauguração do Centro de Operações e Técnicas Florestais, na Chã do Freixo, na Lousã, à instalação da nova Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais, tendo na ocasião alertado para o fenómeno global das alterações climáticas que, segundo António Costa, pode “agravar as condições de eclosão de fogos em Portugal”, sobretudo, como sublinhou, nas regiões do interior do país “onde a desertificação e o desordenamento florestal já propiciam a ocorrência de incêndios”.

Neste sentido, o primeiro-ministro defendeu que o Governo, as autarquias, mas também as próprias populações, têm de estar mais atentas do que nunca e reforçar, principalmente “durante os meses de inverno”, as ações de prevenção e de vigilância como forma de melhorar as “intervenções ao nível do combate aos fogos”, alertando que ninguém pode baixar os braços perante os riscos de incêndio na floresta portuguesa e que a distração que vinha a acontecer, “especialmente desde 2006”, é um “erro que não pode voltar a haver”.

Ações de prevenção

Nesta cerimónia, o primeiro-ministro, que estava acompanhado pelos ministros da Administração Interna e da Agricultura, Eduardo Cabrita e Luís Capoulas Santos, respetivamente, depois de ter anunciado que a nova Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais, cuja sede ficará situada na Lousã, vai ter ao ser serviço 18 funcionários distribuídos por “outras tantas comunidades intermunicipais de Portugal Continental”, chamou a atenção para o investimento de perto de 360 milhões de euros que o Governo vai fazer este ano destinados a “ações de prevenção, vigilância e de combate a incêndios”, dos quais cerca de 158 milhões de euros, como garantiu, serão aplicados na prevenção.

O primeiro-ministro visitou, ainda na Lousã, as novas instalações de uma unidade fabril de material elétrico, enaltecendo o espírito empreendedor desta empresa exportadora, que apesar de estar situada no interior do país, como salientou, nem por isso deixa de ser um exemplo que bem poderia ser “replicado noutros municípios”.

Investir no interior

Pegando no exemplo desta empresa da Lousã, António Costa reafirmou o que há muito vem defendendo que não há “nenhuma fatalidade” especial por uma empresa estar situada no interior do país, lembrando a propósito que “não é por acaso que o Governo está a investir” nas regiões de baixa densidade, dando os exemplos dos importantes investimentos públicos nas linhas ferroviárias da Beira Baixa e da Beira Alta, ou nas iniciativas que está a implementar de “discriminação positiva” que são, como salientou, “essenciais para promover o desenvolvimento” dos territórios do interior e deste modo “ajudar a fixar população nestes territórios”, cuja densidade demográfica é ainda baixa.

O chefe do Executivo recordou o expressivo investimento público que está a ser feito no IP3, designadamente numa primeira fase no troço entre Coimbra e Viseu, tendo ainda referido, ao nível do investimento público, a reprogramação feita no Portugal 2020, que passou a contemplar o financiamento das primeiras fases do projeto do Sistema de Mobilidade do Mondego, para aí instalar uma rede de autocarros elétricos no antigo ramal ferroviário, que durante mais de 100 anos permitiu a ligação por comboio entre o município de Coimbra e o da Lousã, passando por Miranda do Corvo.