Lisboa lembra Nelson Mandela

A celebração da efeméride, que terá o seu ponto alto na próxima quarta-feira, Dia Internacional de Nelson Mandela, começou a ser assinalada já no passado sábado, com a realização de seminários, conferências e passeios, num programa que se estende por vários dias, e que começou com a chegada à capital portuguesa de muitos convidados oriundos de vários países.

Este evento é uma oportunidade para a realização de um encontro nacional da Academia de Líderes, descrita pelo Instituto Padre António Vieira como um “projeto de capacitação de jovens com elevado potencial de liderança”, provenientes de contextos sociais de exclusão ou com “aptidão para aí trabalharem”, lembrando o IPAV que, entre as atividades abertas ao públicos para esta homenagem ao falecido líder sul-africano, encontra-se uma conferência, hoje, no Teatro Thalia, pelas 15 horas, à qual se seguirá um modelo de ‘TED Talk’, em que os convidados “vão relatar as suas experiências pessoais no contacto que tiveram com Nelson Mandela”.

Ainda amanhã, será lançado também no teatro Thalia o livro “As Cartas da Prisão de Nelson Mandela”, com apresentação do jornalista da RTP, António Mateus, ex-delegado da agência Lusa em Maputo e Joanesburgo e autor de vários livros sobre a vida do ex-líder do Congresso Nacional Africano (ANC), “A Construção de um Homem” e “Mandela – O Rebelde Exemplar”, e do embaixador Francisco Seixas da Costa e que se seguirá um espetáculo de gospel no Largo do Município e a exibição do filme “Invictus”, no mesmo local, baseado no livro do orador John Carlin.

Quarta-feira, o dia em que se comemora o aniversário de Nelson Mandela, a Câmara Municipal de Lisboa vai atribuir o nome do líder sul-africano a uma rotunda na parte alta da cidade, estando marcada para esse mesmo dia uma conferência no auditório do Montepio, com dois painéis, um sobre a forma de se “Construir pontes para a reconciliação e paz – caminhos percorridos e lições aprendidas”, enquanto que o segundo painel será sobre os “Desafios de quem começa”.

Segundo o IPAV, uma das razões evocadas para que tivesse metidos ombros a esta homenagem prende-se com a necessidade de se juntar às celebrações conduzidas pelas Nações Unidas, que organiza a “Cimeira da Paz Nelson Mandela” e pela Fundação Nelson Mandela, cujo lema para o centenário é “Ser o legado” ou “Be the legacy”, em língua inglesa.

Para além de António Mateus e do embaixador Francisco Seixas da Costa, esta homenagem a Nelson Mandela, que amanhã, terça-feira, terá lugar no Teatro Thalia, conta ainda com outros participantes como o jornalista da TSF, Ricardo Alexandre, o bispo timorense D. Carlos Filipe Ximenes Belo, do irlandês Geoffrey Corry, especialista em resolução de conflitos, o padre guineense Domingos Fonseca, presidente da Comissão Organizadora da Conferência Nacional para a Consolidação da Paz e do Desenvolvimento da Guiné-Bissau, e dos sul-africanos Jeremy Sarkin, professor de direito e personalidade envolvida em questões de justiça de transição em vários países, e John Volmink, ligado à educação na África do Sul, e o jornalista e autor inglês John Carlin.

Nelson Mandela foi advogado e fundador do ANC, preso em 1962, com 44 anos de idade, numa altura em que na África do Sul vigorava o apartheid, um regime sustentado na segregação racial, permaneceu na prisão durante 28 anos, vindo a ser libertado quase três décadas depois,no dia 11 de fevereiro de 1990.