Lisboa e Porto vão ter mais serviços de cuidados continuados
Segundo anunciou o coordenador da Rede Nacional de Cuidados Continuados, Manuel Lopes, que tinha a seu lado os ministros da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e do Trabalho, Vieira da Silva, na apresentação do plano de desenvolvimento da rede, o objetivo do Governo é atingir, dentro de três anos, um aumento considerável do número de camas e de lugares em equipas de cuidados continuados nas áreas mais deficitárias de Lisboa e do Porto.
Só na capital, lembrou Manuel Lopes, “há constantemente mais de uma centena de doentes nos hospitais à espera de uma vaga” nos cuidados continuados, enquanto o número de camas destinadas à convalescença está cerca de “70% abaixo das necessidades da população”, havendo neste particular, como referiu, um défice de mais de 100 camas.
Em finais de 2015, referiu aquele responsável, existiam no país 7759 camas de cuidados continuados, destinadas a doentes de longa duração, de manutenção, média duração, reabilitação, convalescença e paliativos, um número, como salientou, que representa “metade das 13966 camas apontadas como objetivo pelo Governo em 2006”, quando a rede foi criada.
Apoio domiciliário
A otimização deste serviço passa também por estender a rede dos cuidados continuados ao apoio domiciliário, “sem desinvestir nas instituições”, disse por sua vez o ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, garantindo que ainda este ano será aprovado o “estatuto do cuidador informal”, que mais não é do que alguém que, como explicou, “ficará em casa a cuidar de um familiar doente” e que já esta ano “vão ser alvo de formação por parte das equipas de cuidados continuados”.
Para o titular da pasta da Saúde, os cuidados continuados representam “uma zona onde as políticas públicas podem ser medidas”, sendo o seu desenvolvimento “uma tarefa ambiciosa e exigente”.
Prova desta exigência, reconheceu o ministro da Saúde, é o objetivo do Governo de estender os cuidados continuados também à área da saúde mental, quer “através de unidades especificamente dedicadas a doentes mentais”, com as primeiras unidades a serem inauguradas até ao próximo mês de julho, quer “através da criação de equipas de cuidados continuados domiciliários dedicadas a estes doentes”.
Segundo Adalberto Campos Fernandes, o plano de desenvolvimento dos cuidados continuados procura assegurar a adequada cobertura do território nacional, quer através do reforço do número de vagas na rede, abrangendo “todas as tipologias”, quer privilegiando o “cabal aproveitamento” dos recursos disponíveis”, do setor público e no setor privado.
Criada em 2006, por um Governo do PS, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) resulta duma parceria entre os Ministérios do Trabalho e da Saúde, sendo constituída por um conjunto de instituições, públicas ou privadas, que prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social a pessoas em situação de dependência, tanto na sua casa como em instalações próprias.