Lisboa é palco de compromisso internacional para combater efeitos da poluição oceânica
“Mais do que atos e declarações de boa-fé, há um compromisso sério e firme”, afiançou a ministra portuguesa do Mar, que presidiu ao encontro realizado no Mosteiro dos Jerónimos.
Na ocasião, Ana Paula Vitorino e fez questão de sublinhar que na declaração assinada, os responsáveis pela tutela dos mares de governos de todos os continentes reconheceram o impacto que a saúde dos oceanos tem nos seus sistemas nacionais de saúde, comprometendo-se a trabalhar “em rede”.
Segundo assinalou a governante portuguesa “só há um oceano para cuidar” e, por isso, é “fundamental para o futuro do planeta”.
Entre as medidas que constam num resumo da declaração distribuído aos jornalistas está “melhorar a comunicação entre a comunidade científica e as autoridades” que protegem o ambiente, a segurança alimentar e a saúde.
Estudar melhor a relação entre o ambiente marinho e a saúde humana é um dos eixos dos compromissos da declaração de Lisboa, na qual fica também previsto analisar as doenças entre as comunidades litorais.
Pretende-se, pois, curar o mar quando está doente e, ao mesmo tempo, procurar nos seus ecossistemas e espécies novos medicamentos e terapêuticas para doenças que afetam os humanos.
Os setenta governos reconhecem, portanto “a importância de reduzir o fardo das doenças humanas relacionadas com causas ambientais marinhas e de antecipar novas ameaças para a saúde pública antes que se tornem graves”.
Os ministros comprometem-se também a apoiar indústrias ligadas aos recursos biológicos e tecnologias marinhas, “uma oportunidade para desenvolver a economia do mar” de modo sustentável.
Ana Paula Vitorino saudou a coincidência de raciocínios, opiniões e prioridades, destacando que os compromissos assinados são voluntários e olham para o mar como fonte de comida, ar limpo, riqueza e emprego.
Apelou ainda à necessidade de “sociedades azuis” que consigam aproveitar os recursos oceânicos sem acabar por os destruir, seja pela exploração excessiva, pelos efeitos da poluição.
Ao concluir, Ana Paula Vitorino salientou que “só em diálogo com as populações, e tendo em atenção os Estados e regiões ultraperiféricos e ilhas, se pode garantir a sustentabilidade desse recurso que é o Oceano”.