Linha de apoio à descarbonização disponibiliza 100 milhões
Ontem, Dia Mundial do Ambiente, o Governo apresentou uma linha de crédito de 100 milhões de euros para a descarbonização e economia circular. A medida é dirigida às pequenas e médias empresas industriais e ao setor do turismo e pretende facilitar a transição de fontes de energia fósseis para energias renováveis.
Na sessão de apresentação, que teve lugar em Lisboa, o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, referiu que Portugal “tem de passar para uma economia que seja capaz de repor e sustentar aquilo que é necessário para a sobrevivência das espécies”.
Esta transição constitui um desafio e, segundo disse o ministro, exige “um esforço de adaptação” por parte das empresas, sendo que “as entidades públicas não se podem desvincular de criar as condições adequadas” para se adaptarem a uma economia neutra em carbono.
Por seu lado, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, que também participou na apresentação, salientou que os grandes desafios globais que hoje se colocam, como as alterações climáticas, são transversais a diferentes áreas e necessitam da participação integrada de todos os agentes.
“A economia tem de ser desenhada de modo a garantir as bases da estabilidade social”, defendeu Matos Fernandes, acrescentando que “as empresas começam a perceber que a mudança está a chegar, se calhar mais cedo do que pensavam há quatro anos”.
A aposta na descarbonização e economia circular vai representar um investimento de mil milhões de euros até 2050, sendo que, pelo menos “85% deste investimento será de privados”.
Linha para a descarbonização
Esta linha de crédito pretende acelerar o processo de mudança para uma economia circular, através da reformulação de processos e criação de novos modelos de negócio e otimização de recursos, contribuindo, assim, para o cumprimento das metas do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNEC).
O novo instrumento financeiro, lançado no âmbito do Programa Interface, permite que as PME industriais e os agentes do setor do turismo tenham acesso a melhores condições de financiamento, nomeadamente em termos das taxas de juros.
A linha será operacionalizada por dez bancos, concretamente: o Bankinter, BPI, Caixa Central do Crédito Agrícola, Caixa Económica do Montepio Geral, Caixa Geral de Depósitos, Euro BIC, Millennium BCP, Novo Banco Açores, Novo Banco e Santander Totta.