Líder do PS apela à maioria absoluta
Casa cheia no Teatro Rivoli do Porto para ouvir o líder do PS afirmar que os socialistas não estão dispostos a serem impelidos para coligações à medida e ao gosto do Presidente da República.
Aos mais incautos e por ventura distraídos, António Costa lembrou que quem decide o rumo do PS e das suas políticas são os socialistas e que o “PS não é um partido de aviário feito à última hora, é um grande partido nacional, um grande partido popular, com história e que está profundamente enraizado na sociedade portuguesa”.
Falando diretamente para os portugueses, assumiu que o PS não pretende, “como nunca pretendeu”, prosseguir políticas alheias ao seu programa e muito menos insistir nas políticas “falhadas dos outros”, garantindo que “a sua missão é fazer aquilo que os portugueses desejam”.
Realçou que, quando apela a uma maioria absoluta, não o faz “pela mesquinha vontade” de ter mais deputados do que os outros, mas porque quer que o Governo seja formado por decisão dos portugueses e não por “jogos políticos” na Assembleia da República ou por condicionalismos vindos de Belém.
O dirigente socialista acusou depois o Governo de Passos Coelho de sistematicamente e nos mais variados momentos, fugir às suas responsabilidades em relação a todos os casos que têm ocorrido ao longo da legislatura, dando o exemplo mais recente da lista VIP do fisco.
Apelou aos portugueses que “travem a lógica do Governo” de ser contra as autarquias, os empresários e os trabalhadores, lançando um desafio à mobilização nas próximas eleições legislativas, porque “não podemos continuar a ter um Governo que fomenta a luta e o conflito permanente entre tudo e todos”.
O país andou décadas para trás
Porque os números não mentem e a realidade quotidiana das políticas económicas e sociais deste Governo pesam de forma trágica na grande maioria das famílias portuguesas, o líder socialista voltou a acusar o Executivo de direita de ter aumentado a dívida pública e, com isso, empobrecido o país.
Falou na redução de mais de 400 mil postos de trabalho em apenas quatro anos, com os dados a apontarem atualmente para uma população desempregada estimada em 719,6 mil pessoas, o que representa um acréscimo de 1,7% face a janeiro de 2015 (mais 11,7 mil), num investimento anémico, no empobrecimento galopante das famílias, tudo em nome de uma mirífica ideia de que só “empobrecendo, cortando salários, atacando os funcionários públicos e reduzindo a despesa social, seria possível o país progredir”.