Lei da IVG volta a afirmar a dignidade das mulheres
No debate da proposta, ontem realizado, Elza Pais afirmara a garantia de que “as vergonhosas alterações que foram impostas, em final de legislatura, a uma lei que pôs fim ao aborto clandestino” seriam revogadas pela nova maioria parlamentar.
A deputada socialista acusou PSD e CDS de tudo terem feito para “perturbar uma lei que estava a ser bem aplicada”, tendo “resultados visíveis ao nível da redução do número de abortos clandestinos e de abortos repetidos”.
“Tudo fizeram para travar um dos maiores avanços civilizacionais que abril nos deu”, acrescentou.
Por isso, assegurou Elza Pais, no Parlamento irão ser revogadas “as alterações da vergonha e da opressão das mulheres”.
“O sonho de uma sociedade mais justa e igualitária não ficará mais uma vez adiado”, garantiu, sublinhando que, com a revogação das alterações introduzidas à Lei da IVG, voltará “a ser afirmada a dignidade das mulheres”.
Em idêntico sentido, a deputada Susana Amador criticou as alterações “iníquas” à Lei da IVG, introduzidas pela anterior maioria, que disse representarem “uma visão tutelada, tendenciosa e restritiva da autonomia da mulher”.
“É essa visão de subalternização e menorização que repudiamos. É esse preconceito ideológico que revogamos. É esse retrocesso que estamos a corrigir. Prometemos e estamos a cumprir o nosso compromisso, que vai ao encontro da história do Partido Socialista”, afirmou.
O projeto apresentado pelo PS, que revoga a introdução de taxas moderadoras na prática da IVG e a obrigatoriedade de acompanhamento psicológico durante o período de reflexão, foi aprovado com os votos favoráveis dos grupos parlamentares de PS, BE, PCP, PEV e PAN, bem como dos deputados do PSD Paula Teixeira da Cruz e Pedro Pinto, tendo votado contra os demais deputados do PSD, o grupo parlamentar do CDS e o deputado socialista Ascenso Simões. Mereceram também aprovação no parlamento os projetos de lei, com o mesmo propósito, apresentados por BE, PCP e PEV.