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Justiça social é a chave para ultrapassar a crise provocada pela pandemia

Justiça social é a chave para ultrapassar a crise provocada pela pandemia

A justiça social tem de ser “o leme para a recuperação da pandemia”, defendeu em nome da União Europeia a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, numa declaração dirigida à Organização das Nações Unidas (ONU).
Justiça social é a chave para ultrapassar a crise provocada pela pandemia

A ministra Ana Mendes Godinho, em representação da União Europeia, dirigiu uma declaração à 59ª Comissão do Desenvolvimento Social da ONU onde defendeu que a “justiça social” tem de ser “a chave para ultrapassar a crise provocada pela pandemia de Covid-19”, sublinhando a necessidade de uma “transição justa e inclusiva” em áreas que designou essenciais, como a “neutralidade climática, a digitalização ou a adaptação às mudanças demográficas”, tudo, como também acrescentou, com base em “sistemas de proteção social adequados”.

Depois de manifestar satisfação por esta declaração da União Europeia apresentada por Portugal ter merecido o apoio de países como a Macedónia, Montenegro, Sérvia, Albânia, Bósnia, Ucrânia; Moldávia e Geórgia, a ministra portuguesa do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social lembrou que a União Europeia está a implementar o pacote de resposta à Covid-19, designado por ‘Team Europe’, ou ‘Equipa Europa’, um instrumento onde se pretende, como assinalou, “apoiar países parceiros no combate à pandemia e na mitigação dos efeitos sociais e económicos da crise”.

Incluído nestes pressupostos, como também referiu a ministra do Trabalho, a União Europeia tem também como prioridade não só apostar no emprego e na redução das desigualdades sociais, mas igualmente garantir que haja uma verdadeira “igualdade de oportunidades” para todos a par de políticas que “valorizem os salários” e que dignifiquem as condições de trabalho.

Ainda de acordo com Ana Mendes Godinho, para se atingir de forma consistente e sustentada estes objetivos é absolutamente crítica a aposta nas tecnologias digitais “como meio indispensável para a realização de atividades do dia a dia”, dando a este propósito os exemplos dos “estudos escolares, negócios ou trabalho”, chamando ainda a atenção para a distância que é necessário encurtar e que ainda existente ao nível do conhecimento tecnológico digital, entre os mais novos e as pessoas mais velhas, ou entre “países industrializados e países em desenvolvimento e áreas rurais e urbanas”, considerando que as tecnologias digitais têm de ter um “lugar de destaque” na estratégia de recuperação da economia.

Oportunidades da digitalização

Nesta sua declaração dirigida à Comissão do Desenvolvimento Social da ONU, em nome da União Europeia, a ministra Ana Mendes Godinho defendeu que a transição digital e climática tem de ser “inclusiva e acessível para pessoas com deficiência”, sendo que a digitalização, como também sustentou, oferece às pessoas com deficiência “grandes oportunidades” de poderem participar de forma ativa na sociedade, referindo que a UE continua empenhada na avaliação de medidas que têm a ver com a transparência salarial, com a violência baseada no género e com a violência doméstica.

Para a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, os efeitos da pandemia têm provocado de forma indelével, sobretudo em relação aos jovens, um impacto negativo em relação ao mercado de trabalho, destacando a este propósito Ana Mendes Godinho o compromisso da União Europeia no programa ‘Garantia para a Juventude’ (Youth Guarantee), e nas oportunidades que nele se abrem aos jovens quer ao nível do emprego, quer ao nível da “aprendizagem, treinamento ou formação em linha com a transição verde e digital”.