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Joseph Stiglitz encontrou-se com António Costa

Joseph Stiglitz encontrou-se com António Costa

O prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, almoçou ontem com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, antes de participar numa conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, onde afirmou acreditar que o novo Governo socialista está a tentar descobrir como promover o crescimento com os constrangimentos da zona euro e reafirmou a sua tese de que a desigualdade e a austeridade são uma escolha política.

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Joseph Stiglitz encontrou-se com António Costa

Visando ficar a conhecer mais aprofundadamente a realidade económica e social portuguesa antes da sua intervenção como principal orador da conferência subordinada ao tema “Desigualdade num Mundo Globalizado”, o economista norte-americano laureado com o Nobel da Economia em 2001, almoçou com o chefe do Governo, António Costa, onde também estiveram presentes o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o porta-voz do PS, João Galamba, e o deputado socialista Paulo Trigo Pereira.

Stiglitz encontrou-se ainda com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e reuniu-se com os grupos parlamentares do PS, BE, PCP e Os Verdes.

“Tenho esperança considerável no novo Governo”

Falando aos jornalistas após a conferência ‘Desigualdade num Mundo Globalizado’, Stiglitz afirmou ter “uma esperança considerável no novo Governo. Acredito que o novo Governo está a tentar descobrir como promover o crescimento económico com os constrangimentos da zona euro”.

Na sua intervenção na conferência na Gulbenkian, Joseph Stiglitz reafirmou a sua tese de que a desigualdade e a austeridade são uma escolha política e que diferentes medidas podem ser tomadas para estimular o crescimento económico e reduzir a desigualdade.

“A desigualdade é uma escolha. Não uma escolha que os pobres fazem, mas uma escolha política. É um resultado das medidas que são tomadas”, disse.

Austeridade é uma escolha política

Mesmo num “contexto de austeridade” na zona euro, o Nobel da Economia considerou que a austeridade também é “uma escolha” e que “há várias medidas que podem ser tomadas”, mesmo dentro desse contexto para estimular o crescimento económico.

Perante a crise económica mundial, o professor universitário referiu ainda que as recessões económicas levaram a “brutais aumentos” na desigualdade: “Há mais desemprego, os salários são cortados e, principalmente onde a austeridade foi aplicada, há um corte nos serviços básicos, que são importantes para as pessoas com menos recursos”, afirmou.

Durante a conferência, o Nobel da Economia em 2001 destacou a redução dos salários médios entre as pessoas mais pobres dos Estados Unidos, nos últimos 60 anos, e o aumento dos recursos de 1% dos mais ricos do país, que “mais do que duplicou” nos últimos 30 anos.

Na sua intervenção, o Nobel da Economia defendeu ainda que os impostos sobre as empresas podem ser reduzidos para empresas que investissem no país e aumentados para empresas que não o façam.