Perante os jornalistas, o Secretário-Geral socialista sublinhou que as várias visitas realizadas pela comitiva do PS em seis dias de intensa jornada revelaram uma Área Metropolitana de Lisboa “pujante”, mas simultaneamente marcada por constrangimentos que “exigem respostas claras e inequívocas” por parte do executivo.
“É absolutamente decisivo que o Governo dê continuidade a linhas essenciais de política de coesão e desenvolvimento que tínhamos em curso, políticas que promovem a competitividade da economia e que contribuem para a inserção de Portugal na economia global”, sustentou.
Neste balanço da iniciativa, José Luís Carneiro destacou quatro grandes eixos que estruturam a visão estratégica do Partido Socialista para o futuro, começando por alertar para a necessidade de rever o Plano Regional de Ordenamento do Território de Lisboa e Vale do Tejo, de forma a responder às novas exigências de habitação, saúde, mobilidade, transportes e atração de investimento direto estrangeiro.
“É fundamental integrar a vontade de investir nos equipamentos sociais e reforçar as condições para uma economia mais produtiva, capaz de remunerar melhor o emprego qualificado dos jovens”, sublinhou.
De seguida, fez eco de uma forte preocupação partilhada com diversas instituições face à intenção do Governo da AD de redirecionar 930 milhões de euros do PRR, retirando fundos das áreas da saúde, do apoio social e da habitação para o Banco de Fomento.
Tal decisão, alertou o líder do PS, “coloca em perigo investimentos já em curso” e representa uma descontinuidade injustificável numa fonte essencial de financiamento às IPSS e a outras entidades.
“Desde que o PS saiu do Governo não voltou a existir uma reunião interministerial para acompanhar a execução do PRR”, denunciou, assinalando a ausência de monitorização e avaliação dos impactos deste instrumento determinante.
No terceiro eixo estratégico, José Luís Carneiro reafirmou o compromisso socialista com um sistema de transportes moderno e interligado, onde se inclui o novo aeroporto de Lisboa, a melhoria dos portos da região e a valorização dos corredores ferroviários sul e norte.
Isto é decisivo para o futuro estratégico do país, e o Governo não pode descontinuar a estratégia em curso”, enfatizou.
Por último, no domínio fiscal, voltou a deixar claro que o PS defende a adoção de uma política de IRC que acompanhe os desafios da transição energética e digital, em especial para as pequenas e médias empresas.
José Luís Carneiro reforçou ainda a ambição de criar centros de excelência de formação, tanto no ensino superior como nos institutos politécnicos, articulados com redes eficientes de mobilidade.
Grande conferência em 2026
Com o objetivo de aprofundar o diálogo com as comunidades e consolidar propostas para a região, o Secretário-Geral anunciou que, na primavera de 2026, o PS promoverá uma grande conferência “no interface do distrito de Setúbal”, apresentada como um “grande laboratório de políticas públicas”.
Trata-se, nas suas palavras, de mais um passo para consolidar a ambição socialista: “um país global, competitivo, inovador e, simultaneamente, capaz de se desenvolver com coesão social, económica e territorial”.
“O PS é a casa comum que contribui para a transformação económica e social do país”, concluiu.
Por sua vez, o presidente da Federação do PS de Setúbal, André Pinotes Batista, destacou o sentido de proximidade que marcou toda a rota.
“Fizemo-nos acompanhar de uma vontade clara de entender as preocupações das pessoas e identificar desafios para depois podermos propor respostas. Não existem contratos sem contactos. Não pode haver contrato de coesão, nem contrato social, sem estarmos no terreno a ouvir as pessoas e a fazer política a sério”, afirmou o dirigente socialista.
Já o secretário nacional para a economia, empresas, energia e digital, Filipe Santos Costa, sublinhou a urgência de respostas políticas integradas que garantam qualidade de vida às populações da Área Metropolitana de Lisboa e de Setúbal.
“Para o PS é absolutamente crítico apresentar propostas que assegurem acessibilidade nos transportes, na habitação e no custo de vida, mas também segurança no acesso à saúde, à educação pública, à segurança social, à proteção civil e à segurança de bens e pessoas”, declarou.