Isabel Allende

Isabel Allende honra o legado político do pai, mas o seu valor pessoal é reconhecido pelos seus pares, que a elegeram Presidente do Senado chileno (2014), e pelos socialistas que agora a escolheram para presidir ao Partido Socialista do Chile. É a primeira mulher, nas mais de oito décadas de história do PS chileno, a desempenhar tal cargo. No discurso da tomada de posse deixou claro o orgulho de ser socialista: “Sabem que para mim o PS tem sido muito mais que um partido político. O partido tem sido a minha casa. A casa do Presidente Allende, a casa de Tencha [Hotencia Bussi de Allende, sua mãe]. Mas também tem sido a minha causa”.

Por mérito próprio, Isabel Allende foi eleita Presidente do Senado do Chile, a primeira mulher a desempenhar essa função, e nessa qualidade teve o gosto de dar posse a Michelle Bachelet, a primeira e única mulher eleita Presidente da República do Chile, e por duas vezes (em 2006 e em 2013). 

Isabel Allende e Michelle Bachelet, duas grandes socialistas e duas grandes mulheres. Tive o privilégio de as conhecer e de com elas partilhar muitas ideias e objetivos, designadamente, o combate por uma educação de qualidade, pela igualdade entre homens e mulheres e por uma sociedade socialmente mais justa.

Recordo com emoção a singela homenagem que nós, deputados europeus de diferentes grupos políticos presentes na conferência, com exceção do PPE (onde têm assento o PSD e o CDS), prestámos a Salvador Allende junto ao monumento da Plaza de la Constitución. Como foi dito na ocasião, Allende é uma “referência universal para os socialistas e democratas de todo o mundo”. Isabel Allende e Michelle Bachelet são também uma referência e um grande estímulo para as socialistas e democratas do mundo inteiro.