Investir numa gestão florestal que acrescenta valor ao país
Em outubro de 2017, durante os fortes incêndios que atingiram a região centro do país, uma das duas fábricas de transformação de madeira que a Carmo Wood tem localizadas no concelho de Oliveira de Frades foi fortemente atingida pelos fogos florestais, ficando completamente destruída.
Para assinalar o renascimento um ano depois desta unidade destruída, o primeiro-ministro deslocou-se na passada sexta-feira a Oliveira de Frades para presidir à cerimónia de inauguração das novas instalações, tendo na altura defendido que uma empresa com a importância e o peso para a economia nacional como tem a Carmo Wood, que emprega mais de centena e meia de trabalhadores no distrito, “tem de encontrar em território nacional” a madeira de que precisa para depois de a transformar a “poder enviar para o mercado estrangeiro”.
Para que este cenário se torne uma realidade e não apenas um conjunto de princípios vazios, defendeu António Costa, é necessário que se instale no espaço da floresta ardida “uma floresta nova e melhor”, ajudando assim, por um lado, a ultrapassar a “grande carência” de boa madeira que tem Portugal, e, por outro lado, apostando numa gestão florestal mais equilibrada e “melhor povoada”, lamentando que um país com a dimensão florestal de Portugal se possa “dar a luxo” de ter uma floresta que “destrói empresas” com o valor da Carmo Wood, e não aposte antes numa “floresta que produza madeiras com qualidade” e que acrescentem “valor àquilo que produzimos”.
Depois de ter anunciado que das 71 empresas afetadas pelos incêndios de outubro de 2017, no distrito de Viseu, “70 já estão com as obras de reconstrução concluídas ou em fase adiantada de reconstrução”, o primeiro-ministro manifestou apreço pelo reinvestimento financeiro de cerca de 20 milhões de euros que a Carmo Wood efetuou na recuperação das suas unidades em Oliveira de Frades, investimento, como sublinhou, que foi “apoiado pelo Sistema de Apoio à Reposição da Competitividade e Capacidades Produtivas”.
Ainda segundo o primeiro-ministro, o país tem absoluta necessidade de desenvolver os seus “recursos endógenos”, designadamente ao nível da sua floresta, apostando na qualidade como “condição necessária para aumentar a sua riqueza”, lembrando que no caso da fábrica da Carmo Wood, em Oliveira de Frades, um ano depois de uma das suas unidades fabris ter ardido, a empresa aumentou as suas vendas em 30%, passando a sua capacidade de produção de 150 mil metros cúbicos de madeira para 250 mil, tirando daqui a conclusão de que “é sempre possível renascer por maiores que sejam as nossas dificuldades”.
Recorde-se que a Carmo Wood produz mobiliário urbano e de jardim, parques infantis, vedações e estruturas de madeira, e para além das duas unidades de que dispõe em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, tem ainda mais duas fábricas, uma no Montijo e outra em Almeirim, e filiais em Espanha e França, emprega cerca de 350 trabalhadores, tem um volume de negócios superior a 70 milhões de euros, e exporta para mais de 25 países na Europa, África, América do Sul e Ásia.