Investimento nos transportes públicos supera quatro vezes a legislatura anterior
A iniciativa foi ontem apresentada no Barreiro, distrito de Setúbal, numa sessão presidida pelo primeiro-ministro, que se fez acompanhar pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
António Costa procedeu, ainda, à entrega do primeiro autocarro a gás dos sessenta autocarros de energias limpas que vão renovar e ampliar a frota dos Transportes Coletivos do Barreiro.
O primeiro-ministro anunciou, ainda, a aquisição de 709 novos autocarros que vão ser distribuídos por diversos municípios, através de um investimento global de 200 milhões de euros.
“A esmagadora maioria destes autocarros não são importados, são produzidos em Portugal, em Vila Nova de Gaia, e, com isto, estamos a robustecer fortemente a indústria nacional”, salientou.
António Costa sublinhou que o Governo está a baixar as tarifas dos transportes públicos e, simultaneamente, a investir na melhoria dos transportes públicos coletivos, avançando como exemplo a abertura do concurso para a aquisição de 22 comboios para os caminhos-de-ferro regionais da CP.
O líder do Governo socialista referiu, ainda, o concurso para compra de 10 navios para a Transtejo e o reforço da capacidade de manutenção na Soflusa e na Transtejo, por forma a melhorar o serviço de reparação das embarcações e assim reduzir o número de navios parados devido a avarias.
Em termos de investimento nos transportes públicos, António Costa destacou que também o Metro de Lisboa está a investir “na aquisição de novas composições, no alargamento da rede, na melhoria das condições de operação e na manutenção do transporte público”.
O líder socialista disse ainda que tem “vindo a ser reposta a capacidade de reparação das oficinas do Metropolitano”. O que permite, como acrescentou, que “já a partir do próximo mês, o Metro de Lisboa aumente em 5% a sua capacidade, porque retoma uma velocidade comercial de 60 quilómetros/hora, que há muitos anos não conseguia praticar, tais os cuidados que era necessário ter com a deficiência dos sistemas de travagem ou dos sistemas de sinalização da via”.
Tempo de Mudança
“Estamos num tempo de mudança”, em que “os hábitos têm de ser mudados” afirmou, por sua vez, o ministro do Ambiente e da Transição Energética.
Na sessão de apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa, Matos Fernandes anunciou a criação de dez mil quilómetros de vias cicláveis até 2030, o que representará um investimento de “300 milhões de euros para aumentar a quota de deslocações em bicicleta para 7,5%”.
Conforme esclareceu o ministro, trata-se de um projeto incluído no Programa Nacional de Investimentos e, para começar a concretizá-lo, o Fundo Ambiental vai lançar um concurso no valor de oito milhões de euros, em abril, para “a construção das primeiras ciclovias por promoção municipal”.
A mudança passa também por uma forte aposta nos transportes públicos coletivos.
“É o tempo dos transportes coletivos, é tempo de mudança, de uma mudança significativa, inteligente, ao serviço das pessoas e também ao serviço da descarbonização do ambiente”, salientou o ministro.
Matos Fernandes referiu que uma das metas desta mudança passa por conseguir que, até 2030, “um terço da mobilidade terrestre de passageiros seja elétrica”.
Para o ministro, “mudar significa apostar no transporte coletivo, modernizando as frotas, e o Barreiro é exemplar ao renovar a totalidade da sua frota de autocarros”, afirmou Matos Fernandes, referindo-se à aposta na ampliação e renovação da frota dos Transportes Públicos do Barreiro por via de um investimento de 18 milhões de euros, dos quais 15 milhões a cargo da autarquia.
Reiterando a declaração do primeiro-ministro sobre a aquisição de 709 autocarros novos, o ministro disse que já foram entregues 138 autocarros no país, dos quais 15 elétricos e 33 a gás à Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, 80 a gás à Carris, seis elétricos aos Transportes Urbanos de Braga, três elétricos em Aveiro e um elétrico em Guimarães.
Matos Fernandes salientou, ainda, o investimento de cerca de 750 milhões de euros nas empreitadas no Metro do Porto, na Transtejo, na CP e no Metro de Lisboa.