Investimento na mobilidade elétrica é aposta prioritária para o país
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, foi à cidade da Guarda presidir à cerimónia de consignação da obra a realizar no troço entre esta cidade e Cerdeira, na Linha da Beira Alta, que contempla 14 quilómetros e representa um investimento de 8,7 milhões de euros, e do lançamento do concurso da empreitada do troço entre a Pampilhosa e Santa Comba Dão, tendo reafirmado o empenho do Governo no futuro da ferrovia, sustentando que esta tem de ser não só uma “aposta consensual” no país, mas uma das áreas prioritárias do investimento público.
Para o governante, a mobilidade elétrica assume um caráter absolutamente decisivo no combate que hoje todas as sociedades desenvolvidas enfrentam por um ambiente mais equilibrado e com baixos níveis de poluição, reafirmando o ministro Pedro Nuno Santos que, apesar de se falar muito em mobilidade, de pessoas e de mercadorias, é o comboio que sobretudo “permite chegar às cidades sem ser de automóvel” e que possibilita igualmente a ligação entre “extensas regiões” do país, mas também à vizinha Espanha e à Europa.
Assumindo-se desde sempre como um defensor da modernização e de um maior prolongamento da rede ferroviária nacional, o ministro fez questão de realçar que o objetivo do Governo, ao apostar fortemente neste setor, não é apenas para ter uma ferrovia de transporte de mercadorias, mas também para que os cidadãos passem a usufruir, num futuro tão breve quanto possível, de uma moderna rede ferroviária, destacando também a sua importância para o setor do turismo.
A este propósito, Pedro Nuno Santo lembrou que Portugal “ainda não explorou” devidamente as potencialidades que o turismo ferroviário proporciona, quer na região do Douro, quer no Alentejo ou na Beira Interior, nomeadamente, lembrando que a operação que o Governo desencadeou no sentido de recuperar muito do material circulante, que tem estado “encostado” desde há décadas, vai também ajudar a dar as respostas de que a CP precisa para poder servir melhor a exponencial procura turística de que o país hoje beneficia.
Segundo o ministro, no futuro, com o investimento que o Governo está a fazer, quer na abertura de novos traçados, quer na recuperação do material circulante, quer ainda na compra de novas carruagens e automotoras, serão chamados a esta tarefa e a “este esforço” também a indústria e a universidade, reafirmando Pedro Nuno Santos que entre o Estado, a CP e a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), juntamente com a universidade e o setor privado, há toda uma logística e uma capacidade para se conseguir dar um contributo significativo para que de futuro passem a circular no país novos comboios e mais rápidos e “feitos em Portugal”.
Recuperar atrasos
O ministro das Infraestruturas teve ainda ocasião para recordar que o Governo está a trabalhar para “recuperar os atrasos” verificados nas diversas obras de modernização das linhas de caminho de ferro, designadamente, entre outros, do troço entre a Guarda e a Covilhã, na Linha da Beira Baixa, garantindo que a obra está de novo a andar, o que permitirá, como garantiu, que os prazos estabelecidos pela União Europeia para a conclusão da empreitada “sejam rigorosamente cumpridos”.
Quanto ao atraso que se verificou nas obras da Linha da Beira Baixa, demora que remeteu para as consequências de o país ter passado por uma grave crise financeira, designadamente na perda de alguma “capacidade de engenharia e de projeto”, Pedro Nuno Santos enfatizou que tal obriga a que se trabalhe agora “a todo o gás” para que não se perca “nem um cêntimo” dos projetos, sublinhando o ministro as palavras antes proferidas pelo vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, que indicou que esta obra do troço entre a Guarda e a Covilhã deverá estará concluída durante o “primeiro semestre do próximo ano de 2020”.