Investigação e Ciência, uma área à espera do governo socialista
O processo foi alvo de forte contestação do meio científico, não apenas devido à ausência de especialistas nos painéis de avaliação da ESF de determinadas áreas científicas, como é o caso das Ciências da Comunicação e da Informação, como se verificou a alteração do regulamento da avaliação no decorrer do mesmo, além de terem sido previamente fixadas quotas aos painéis de avaliação para exclusão de uma determinada percentagem de unidades por motivos estritamente financeiros.
Passados mais de dois anos, os resultados das reclamações apresentadas por unidades alvo de exclusão na primeira fase do concurso não são ainda conhecidos, o que leva à paralisação dessas unidades, uma vez que não conhecendo o resultado da contestação se encontram fora do sistema científico nacional, com prejuízo para os investigadores que as integram, impedidos de se candidatarem a concursos nacionais e internacionais que impliquem filiação numa unidade sujeita à avaliação de 2013.
Esta situação abrange centenas de investigadores e ameaça paralisar e mesmo levar à extinção de unidades pioneiras na investigação da comunicação e da informação em Portugal, com trabalho científico reconhecido internacionalmente numa área essencial nas sociedades contemporâneas, em que a comunicação e a informação constituem ferramentas essenciais ao desenvolvimento dos países e dos povos.
A paralisação da FCT e a incapacidade de concluir um processo que começou há mais de dois anos é, além de escandalosa, reveladora do desprezo que o governo da coligação PSD-CDS votaram à ciência e à investigação no nosso País. Um governo socialista tem aqui um desafio que não pode descurar.