4 anos de ASD: INFORMAR E DEFENDER A DEMOCRACIA
Vivemos num tempo de grandes desafios e muitas incertezas. Em que prolifera o discurso xenófobo e nacionalista. Só entre 2013 e 2018, emergiram na Europa várias dezenas de partidos antissistema, antidemocráticos, extremistas e populistas.
Vivemos num tempo de grandes transformações no plano mediático, em que a desinformação e a propaganda se sobrepõem aos factos. As redes sociais contaminam e competem com a comunicação social, misturando notícias com falsidades. As informações falsas são mais difundidas que as verdadeiras, designadamente, por fontes anónimas, não registadas em Portugal, mas que, não por acaso, se chamam “Vamos lá Portugal” e “Direita política”, sediadas no Canadá, “Tuga.press” e “Portugal glorioso”, nos EUA, e ainda “Bombeiros portugueses”, em França.
São poderosos instrumentos de propaganda ideológica e fontes de rendimento para os seus proprietários. Não é sequer necessário um grande investimento. Segundo dados da Comissão Europeia, com 2600 euros, é possível obter 300 mil seguidores no Twitter. Com 5000 euros, comprar comentários de ódio. Uma operação de propaganda que pode desestabilizar uma democracia custa apenas 40 mil euros.
Estamos perante um mundo novo, pouco conhecido, desafiador e imprevisível, em que as nossas preferências e escolhas são ditadas por algoritmos, sem qualquer mecanismo de controlo democrático. Em que dois terços das pessoas se informam através das redes sociais e não distinguem os conteúdos falsos dos verdadeiros, partilhando as chamadas fake news como se de factos se tratasse.
Neste complexo xadrez, em que se jogam interesses de milhões e muitos poderes não legitimados, e em ano de eleições para o Parlamento Europeu, compreendem-se as preocupações das instituições europeias e do Conselho da Europa em relação ao impacto da desinformação nos processos eleitorais.
Recentemente, a revista francesa L’OBS dedicava a edição às fake news, “um cancro que ataca a democracia”, e apresentava os resultados do estudo, “Conspiração e democracia”, realizado pela Universidade de Cambridge em nove países (Portugal, Itália, Polónia, França, Estados Unidos, Suécia, Alemanha, Hungria e Reino Unido), que merece leitura e reflexão.
Uma informação credível é tão importante para a democracia como uma imprensa livre. Sem eleições livres, não há democracia. Sem comunicação social livre, pluralista e independente, não há eleições livres, nem democracia. Sem eleitores informados não há liberdade de escolha. Hoje, mais do que nunca, é preciso recordá-lo.
No ASD não há conteúdos falsos, não há distorção da informação, não há manipulação, não há factos alternativos nem sequer meias-verdades. Há informação, há factos, há rigor, há credibilidade e liberdade de expressão. Informação que marca a diferença.
Temos pela frente um ano politicamente muito exigente, com três atos eleitorais da maior importância para Portugal e para a Europa. Cá estaremos para informar, denunciar as informações manipuladas e defender a democracia. Não foi sempre fácil o que andámos para aqui chegar, mas podemos dizer que valeu a pena e que este sonho vai continuar.
Parabéns ao AS Digital.
Edite Estrela
Diretora do Acção Socialista Digital