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Governo destaca nova aposta na ferrovia e lamenta desinvestimento no passado

Governo destaca nova aposta na ferrovia e lamenta desinvestimento no passado

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, lamentou hoje o desinvestimento na ferrovia por parte dos sucessivos governos, sublinhando a aposta que tem sido feita nos últimos anos para recuperar de “décadas de atraso” nesta área.
Pedro Nuno Santos

“Não tenhamos problemas em dizer as coisas como elas são, durante décadas os sucessivos governos desinvestiram na ferrovia e investiram no automóvel. Felizmente nós temos agora um Governo que está novamente a investir na ferrovia, nós temos de assumir as coisas como elas são”, disse.

“Chegamos a este ponto com décadas de atraso, mas finalmente o comboio está no carril e é importante também nós referirmos isso, mostrarmos ao país que a ferrovia é uma aposta nacional e que ela está em curso, não está nos planos nem apenas nos anúncios, ela está já no terreno”, acrescentou.

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas após a assinatura do auto de consignação da empreitada de construção do novo troço ferroviário entre Alandroal (Évora) e Elvas (Portalegre), uma obra que conta com um investimento superior a 130 milhões de euros, inserida no Corredor Internacional Sul.

O governante, que falava em Elvas, sublinhou ainda que o futuro passa pelo transporte coletivo, tendo nesta área a ferrovia um papel de destaque.

“Já toda a gente percebeu, provavelmente tarde demais em Portugal, que o futuro é o transporte coletivo, é o transporte ferroviário, pesado, ligeiro e, portanto, independentemente de cada poder usar ou ter o seu automóvel, nós só conseguiremos unir o país, aproximar o país, integrá-lo na economia ibérica e ligá-lo à Europa através da ferrovia”, disse.

“A ferrovia é o meio transporte do futuro, não é o meio de transporte do passado”, acrescentou.

No decorrer do seu discurso no Salão Nobre da Câmara de Elvas, Pedro Nuno Santos, fez questão de explicar que aquela cerimónia não se tratava de nenhum anúncio por parte do Governo, mas sim “o último ato que depende do Estado”, a consignação.

“É importante que todos tivéssemos consciência que nós não estamos a fazer aqui nenhum anúncio, não há cá cerimónias de anúncios ou promessas, o que nos estamos aqui a fazer é o último ato que depende do Estado, que é a consignação. A partir de agora a responsabilidade é do empreiteiro que tem de montar o estaleiro e começar a obra”, disse.

Além da compra de novos comboios, nomeadamente 22 até 2023, o governante explicou aos jornalistas que há várias composições que estão armazenadas e que vão ser recuperadas por parte da CP.

“É difícil dizer o número porque as composições são variáveis, elas não são fixas. Isto é: são mais de 70 unidades entre carruagens, automotoras, locomotivas, mais de 70 unidades que vão ser recuperadas, algumas já começaram”, disse.

De acordo com o governante, esta ação poderá permitir recuperar “cerca de 20 comboios”, com diferentes combinações e com diverso material circulante.

“Esperamos bem antes de 2023 vê-los a circular, eu espero, em 2020, já ver alguns a circular”, acrescentou.