Idanha responde às preocupações da Europa
A Presidente deste Conselho não se enganou! A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, como Município consciente do respeito e prioridade que as questões sociais devem fruir, considerou estar à altura desta responsabilidade, demonstrando também, desta forma, o seu respeito pelos valores morais, dignidade humana e direitos humanos.
Na minha ótica, o poder central, colaborando com o poder internacional, deve lutar contra as causas desta crise, nomeadamente, exigir o término da guerra na Síria e em tantos outros países. Cabe ao poder local, atuar nas consequências já existentes e receber estes refugiados, como resposta possível perante esta crise humanitária.
Os nove refugiados chegados na passada sexta-feira, dia 28 de outubro de 2016, a Idanha-a-Nova, chegam ao abrigo da “Agenda Europeia para a Migração”. Estes nove migrantes chegam de Itália, onde se encontravam num Campo de Refugiados já há cerca de oito ou nove meses. São todos adultos e do sexo masculino, naturais da Eritreia, um país africano responsável por violações sistemáticas, generalizadas e grosseiras dos direitos humanos a uma enorme escala, próxima de crimes contra a humanidade.
A Eritreia conseguiu a sua independência da Etiópia em 1993, no entanto figura sistematicamente nos últimos lugares das classificações internacionais em matéria de liberdades políticas, liberdade de expressão ou direitos humanos. Prisões arbitrárias, torturas e desaparecimento de opositores são regularmente denunciados. Serviço militar por um período indefinido, necessidades alimentares regularmente por cumprir, controlo de imprensa, liberdade religiosa ameaçada, ditadura e repressão são apenas alguns dos motivos que já levaram trinta e três mil refugiados eritreus a fugir do seu país, um êxodo considerável para este pequeno país de seis milhões de habitantes.
Portugal está ao lado dos outros países europeus face aquilo que se vive atualmente no mediterrâneo!