Houve gestão política do anterior Governo no processo Banif

Fernando Medina, no espaço de comentário televisivo “Cara, Conta, Caso” da 21ª Hora, na TVI, considerou que houve uma “gestão política” do processo Banif.

“Pelo meio havia eleições e não era popular e não era agradável pegar neste dossiê”, apontou Medina, para quem “o anterior Governo e Maria Luís Albuquerque pensaram que podiam passar o período eleitoral e depois logo se via”.

Sublinhando que deixar escolhas para a última hora nunca foi boa solução, o dirigente socialista aplicou esta ideia ao acontecido com o Banco Internacional do Funchal, dizendo que “quando se adia uma decisão, estamos sempre em piores condições para a tomar.”

Fernando Medina insistiu numa diferença entre o caso Banif e situações anteriores como a do BPN ou a do BES.

“Este era um banco público. Depois da recapitalização, o Estado ficou a mandar em 60% do banco”, referiu, destacando que a decisão que coube tomar ao Executivo liderado por António Costa não foi fácil.

“Foi uma decisão difícil, mas sem dúvida melhor que a alternativa, que era liquidar o banco”, pontualizou.

E explicou que “liquidar o banco significaria assumir todas as perdas, (…) mas seria sobretudo a primeira vez que seria posta em causa a confiança no sistema financeiro português, porque era um banco público que deixaria de assegurar os depósitos acima dos 100 mil euros.”

A terminar, reforçou a convicção de que a decisão do Governo para o Banif “é uma decisão de coragem e é a decisão menos má”.

“É uma decisão dolorosa, como lhe chamou António Costa, mas tem o grande mérito de estancar definitivamente o problema”, rematou.