Homenagear Mário Soares é celebrar a voz e o rosto da liberdade
Nunca será demais “prestarmos homenagem àquele que foi tantas vezes a voz e o rosto da liberdade”, afirmou ontem o primeiro-ministro, na inauguração do jardim Mário Soares, na antiga parte sul do jardim do Campo Grande, um espaço agora reabilitado pela autarquia e que o antigo Presidente da República frequentou desde criança na companhia do seu pai, afirmando António Costa que “todas as oportunidades são boas para homenagear Mário Soares”.
Nesta consagração ao antigo Secretário-geral socialista e fundador da democracia portuguesa, além do primeiro-ministro, António Costa, e da filha, Isabel Soares, estiveram presentes o chefe de Estado, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, para além de outras personalidades políticas e de muitos cidadãos que quiseram associar-se nesta homenagem a uma das grandes figuras nacionais da democracia e da liberdade.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro fez questão de sublinhar que se é certo e inquestionável “o muito que todos devemos aos militares pelo 25 de abril”, pela sua participação decisiva nesta data memorável, também devemos valorizar aqueles, como Mário Soares, que “durante várias décadas fizeram a sementeira que permitiu essa ação libertadora”, sustentando a este propósito a grande responsabilidade que todos temos de “continuar a manter vivas as árvores que Mário Soares plantou”, sobretudo, como fez questão de enaltecer, essa “grande árvore da liberdade e da democracia que ele semeou e ajudou a crescer”.
Jardim Mário Soares
O espaço ontem inaugurado integrado no jardim do Campo Grande, cuja parte sul passou a ostentar o nome de Mário Soares, conta com uma estrutura onde é contada a história do antigo Presidente da República, uma tribuna situada no centro de um pequeno anfiteatro circular, na zona sul deste espaço verde, em frente à casa onde Mário Soares morou, simbolicamente pensada para o uso da palavra por qualquer cidadão, que foi a principal arma que Mário Soares privilegiou nos muitos combates políticos que enfrentou ao longo da sua vida.
Nesta cerimónia usaram da palavra, para além de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu, referindo-se a Mário Soares, que se “é bom que a liberdade tenha um nome”, que esse nome “retrate uma vida”, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que entre outras ideias sustentou que o antigo líder socialista era “um homem da cidade” com um percurso de vida que se “confundiu com a segunda metade do século XX”, e Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa, que lembrou que a verdadeira arma que Mário Soares usou e privilegiou, ao longo de “tantas e tantas décadas”, foi sempre “a sua voz e a sua palavra”.