Homenagear Guilherme Pinto
Guilherme Pinto era um homem invulgar e generoso, comprometido com o seu concelho e com as suas convicções. Verdadeiro socialista, manteve-se sempre fiel aos valores do PS, mesmo durante os últimos três anos em que, com o estatuto de independente, liderou a câmara matosinhense. Em 2015, participou ativamente na campanha eleitoral para as Legislativas e contribuiu de forma decisiva para a vitória socialista em Matosinhos. Regressou ao partido assim que pôde, escassos dias antes de falecer, concretizando um objetivo pessoal que foi o último ato político da sua vida. Fê-lo sublinhando a importância do papel que o secretário-geral, António Costa, e o presidente da Distrital do Porto, Manuel Pizarro, tiveram nesse regresso.
Guilherme Pinto poderia ter sido um político brilhante em qualquer parte do mundo. Preferiu dedicar-se ao Poder Local e a Matosinhos. Transbordante de uma energia que parecia inesgotável, num permanente borbulhar de ideias e de projetos, deixou uma marca indelével no concelho. Na Educação, na Cultura, na reabilitação urbana, na coesão social, na mobilidade, Matosinhos é hoje um concelho muito diferente, graças à visão estratégica de um homem que se entregou por inteiro à sua terra e à sua região.
Tribuno distinto, Guilherme Pinto falava – e fazia. A nível concelhio, os mandatos de Guilherme Pinto ficam marcados pela revolução que fez na área da Educação, com a renovação do parque escolar, pela construção do Cais e Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, e pela requalificação da marginal atlântica, do Bairro dos Pescadores e do Mercado Municipal. A cobertura total de saneamento básico e o fim da atividade das petrolíferas no Parque Real foram igualmente importantes. Ao nível da captação de investimento, saliento a instalação do novo Centro de Investigação da Indústria Automóvel (CEIIA).
Com o seu desaparecimento, o PS, Matosinhos e a região veem sair de cena um político que sempre teve a coragem de se bater por aquilo em que acreditava. Fê-lo no PS, em Matosinhos e também na Junta Metropolitana do Porto, de que foi vice-presidente e onde lutou pela expansão da rede do Metro do Porto. Protagonizou aí, aliás, uma firme oposição a Rui Rio, à época presidente da junta.
É um legado imenso a que o Partido Socialista terá de dar continuidade. Fazê-lo é também uma maneira de homenagear Guilherme Pinto.