home

Uma grande referência da social-democracia e da construção europeia

Uma grande referência da social-democracia e da construção europeia

Chanceler entre 1974 e 1982 na antiga República Federal da Alemanha, sucedendo a Willy Brandt, Helmut Schmidt foi um dos mais destacados e influentes dirigentes da social-democracia europeia da segunda metade do século XX e um grande amigo de Portugal. Morreu ontem em Hamburgo, aos 96 anos de idade.

Notícia publicada por:

Uma grande referência da social-democracia e da construção europeia

“Helmut Schmidt manter-se-á como uma grande referência da social-democracia europeia e como alguém que deu um impulso decisivo à construção europeia, ao lado de outra grande figura que foi François Miterrand”, assinala o Secretário-geral do PS, António Costa.

“Não podemos esquecer o grande apoio que Schmidt, como Willy Brandt (que o antecedeu como chanceler alemão), Miterrand e Olof Palme prestaram ao Partido Socialista para a consolidação do regime democrático em Portugal”, recorda o líder socialista.

Helmut Schmidt foi um dos políticos que mais contribuíram para colocar a economia alemã como uma das mais pojantes a nível mundial, tendo assumido responsabilidades governativas em várias pastas, desde ministro da Defesa a ministro da Economia, sobressaindo, sobretudo, como responsável pela pasta das Finanças e como chanceler.

Social-democrata convicto, nunca deixou de conduzir com pragmatismo a política externa, fazendo da sua excelente ligação pessoal ao então Presidente da França, Giscard d’Estaing, um dos pilares mais importantes do aprofundamento da integração europeia.

Defensor intransigente quer da União Monetária quer da criação do Banco Central Europeu (BCE), o antigo chanceler Helmut Schmidt foi uma das personalidades fundamentais para a consolidação do Conselho Europeu, a instituição europeia que reúne os chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

PS propõe voto de pesar

Prestando homenagem ao estadista alemão e europeu, o Grupo Parlamentar do PS entregou hoje na Mesa da Assembleia da República uma proposta de voto de pesar pelo seu falecimento.

“A morte de Helmut Schmidt, ocorrida ontem na sua cidade natal de Hamburgo, aos 96 anos, priva-nos de uma das maiores figuras de estadista e do universo político alemão, europeu e mundial do pós-guerra.

Priva, por igual, o nosso País do político europeu que, porventura, mais contribuiu, de forma altamente solidária, para a criação e capacitação institucional do nosso Estado de Direito Democrático.

Priva a Europa de um dos seus mais persistentes e coerentes construtores. Foi o pai do Sistema Monetário Europeu – e um paladino da solidariedade europeia”, pode ler-se no texto, hoje apresentado pelos parlamentares socialistas, e que será sujeito a apreciação em plenário na próxima semana.

Mário Soares lamenta desaparecimento de um grande amigo

Também o ex-Presidente da República Mário Soares expressou “grande consternação” pela morte, aos 96 anos, do antigo chanceler alemão Helmut Schmidt, que classificou como “grande estadista alemão”, numa mensagem de condolências enviada à família.

Na missiva, Mário Soares diz que “foi com grande consternação que recebi a tristíssima notícia do falecimento do grande estadista alemão e meu querido amigo Helmut Schmidt. Sempre o admirei e tive por ele um grande apreço”.

Ao apresentar “à família enlutada, ao SPD e à Alemanha as minhas muito sentidas condolências”, Mário Soares não quis deixar de definir o antigo dirigente social-democrata alemão como uma “personalidade de grande rigor e competência” e “uma referência para a Alemanha e para a União Europeia”, afirmando não poder esquecer “o grande apoio que sempre deu aos portugueses e a Portugal”.