home

Governo socialista vai combater a precariedade laboral

Governo socialista vai combater a precariedade laboral

O desafio está lançado. O Governo do PS aprovará uma taxa sobre a precariedade laboral penalizando as empresas que não criem vínculos de trabalho definitivos, garantiu António Costa em Faro.

Notícia publicada por:

Governo socialista vai combater a precariedade laboral

Num encontro com militantes e simpatizantes na capital algarvia, o Secretário-geral do PS tornou claro que o próximo Governo socialista vai avançar com um conjunto de iniciativas para fazer baixar as taxas das empresas que criem vínculos laborais definitivos com os trabalhadores, um benefício, como defendeu, que poderá abranger mais de 700 mil empresas. Em contrapartida alertou as empresas que insistirem no recurso à precariedade que terão de enfrentar taxas mais elevadas.

Esta será uma das muitas propostas que António Costa não tem dúvidas que separam a esquerda socialista da coligação de direita e que representam uma “rutura com as políticas do Governo nos últimos quatro anos”.

O líder do PS assegurou que tem resistido “às pressões” para fazer promessas impossíveis, e que dificilmente poderia cumprir, ao contrário de outros, como recordou, considerando ser esta uma diferença capital em relação ao actual Governo.

António Costa criticou o primeiro-ministro por ter cometido o erro de “querer fazer tudo ao mesmo tempo”, ao cortar simultaneamente na despesa pública e asfixiando a economia privada, e mostrou-se perplexo com o facto de Passos Coelho ter vindo a público lamentar-se por não ter conseguido reduzir os custos do trabalho, garantindo que com o PS, “não haverá novos cortes nas pensões e que o salário mínimo continuará a ser atualizado”.

“Em que país vive este primeiro-ministro?”

António Costa refutou a tese da maioria de direita por continuar a perfilhar a ideia de que a grande reforma que falta fazer é reduzir ainda mais os custos do trabalho, num país, como salientou, onde os salários sofreram cortes brutais e onde 10% dos que trabalham vivem abaixo do limiar da pobreza.” Mas em que país vive este primeiro-ministro?”, questionou o líder socialista.

Na ocasião, deixou claro que não vê nenhuma razão objetiva para esperar pela próxima legislatura para que os salários da Função Pública e a sobretaxa do IRS, “não sejam devolvidos de imediato”, garantindo que tal poderá acontecer em 2016.

Alertou o país para as falsas promessas da maioria PSD/CDS-PP que não mostram nenhuma consistência política e que são “contrárias a tudo o que fizeram nestes últimos quatro anos”.

Estar a justificar as políticas de cortes e mais cortes nos salários e nos apoios sociais que prosseguiram ao longo destes últimos quatro anos com a desculpa de que foram obrigados pela troica, é, para o Secretário-geral do PS, uma justificação sem qualquer nexo nem fundo de verdade, recordando que o Governo, por vontade própria, conseguiu ir nas medidas repressivas que aplicou ao quotidiano dos portugueses muito para além do que estava estabelecido nos acordos iniciais com os organismos internacionais.

“Agora que já não temos troica cá dentro”, disse o Secretário-geral do PS, “querem continuar a fazer o mesmo porque, verdadeiramente, esta é a política deles e não sabem fazer outra coisa”.

Este Governo de direita, disse ainda o líder do PS, diz que tem os cofres cheios, mas o que eles têm “é nova dívida para pagar a dívida antiga, porque a dívida é hoje maior do que era anteriormente”.