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Governo português não pode continuar a ser “promotor de obstáculos”

Governo português não pode continuar a ser “promotor de obstáculos”

O Governo português deve deixar de ser um “promotor de obstáculos”, passando a ser um “construtor de soluções” na situação da Grécia, afirmou o Secretário-geral do PS ao sair da reunião de emergência do Partido Socialista Europeu (PES), realizada em Bruxelas.

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Governo português não pode continuar a ser “promotor de obstáculos”

Recordando que Portugal também foi objeto de resgate financeiro, António Costa insistiu na necessidade de ter um Executivo português que esteja à altura de defender os interesses do país e da Europa.

“O Governo tem a experiência de um programa de ajustamento e do que os povos sofreram ao longo destes anos, tem boas razões para compreender o que os povos estão a sofrer e esforçar-se para que todos no Conselho Europeu possam compreender essa realidade”, sustentou o líder do PS perante os jornalistas, acrescentando que “numa negociação há os interesses de uns e dos outros e a boa negociação depende do ponto de encontro dos diferentes interesses”.

“O fundamental é fazer o contrário do que o Governo português tem feito”, considerou, criticando que ao Governo português não se tenha ouvido “uma só proposta positiva, um só gesto positivo para procurar aproximar as partes, para encontrar uma solução em comum”

Também em relação à Grécia, o líder socialista disse que “a prioridade política é que haja um acordo”.

E salientou dois princípios fundamentais para o PES: o de “recusar liminarmente qualquer ideia de saída da Grécia da zona euro” e o de “negociar com a Grécia para ultrapassar tão rapidamente quanto possível esta situação”.

“É um esforço muito grande que todos têm de fazer”, vincou, para de seguida enfatizar que os socialistas estão apostados em que haja um acordo e em que caso algum haja uma saída da Grécia.

Grexit seria dano enorme e incontrolável

Reunidos em Bruxelas, os líderes dos partidos socialistas europeus pediram um “acordo abrangente, justo e confiável” para a situação da Grécia e apelaram aos gregos para apresentarem novas propostas concretas.

“Todos os verdeiros europeus devem estar comprometidos para evitar um cenário Grexit”, diz o texto da declaração final do encontro, na mesma linha defendida por António Costa.

“O dano geopolítico, económico, social e financeiro de um “Grexit” seria enorme e incontrolável. Os líderes democráticos não poderiam justificá-lo aos seus eleitores”, acrescenta-se.

Os socialistas acreditam que há ainda suficiente “boa vontade de todos os lados” para ultrapassar o impasse político, sendo certo que, no seu entender, o “não” grego não exprime um não à Europa nem ao euro, mas “um apelo para condições mais razoáveis de relacionamento económico do país com o resto da zona euro”.

Entretanto foi tornada pública e oficial a realização de um novo Conselho Europeu no dia 12 de julho, tendo em vista avançar nesta discussão sobre a Grécia.