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Governo garantirá sempre o interesse público na CGD

Governo garantirá sempre o interesse público na CGD

Os problemas da Caixa Geral de Depósitos (CGD), ao contrário do que os partidos da direita querem fazer crer, não podem ser imputados aos seus trabalhadores, mas antes, e sobretudo, aos “erros na política de crédito e à crise internacional”, sem esquecer o “adiamento inaceitável” da resolução dos problemas, declarou o primeiro-ministro, na Assembleia da República, durante o debate quinzenal.

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Governo garantirá sempre o interesse público na CGD

Mostrando-se confiante que a recapitalização em curso do banco público venha a sinalizar “um grande sucesso” na viragem da política económica que a “atual maioria logrou introduzir no país”, o primeiro-ministro reagiu ironicamente à preocupação manifestada pelo PSD sobre a alegada redução de postos de trabalho na CGD.

Na opinião de António Costa, PSD e CDS “não têm moral” para agora afirmar que a nova administração do banco público se prepara para encerrar postos de trabalho, quando tal “não corresponde à verdade”, lembrando a propósito que o plano de reestruturação da CGD apresentado ao Governo “não prevê despedimentos”, mas sim a “redução de efetivos através de um programa de reformas e de rescisões amigáveis”.

António Costa reforçou, por outro lado, que o Governo, nas negociações encetadas com Bruxelas, “teve sempre em vista o interesse nacional, ou seja, que a Caixa Geral de Depósitos tenha em conta a diáspora portuguesa, seja um braço para a internacionalização da economia e esteja assegurada a sua cobertura nacional”, reiterando a garantia de que em nenhum concelho deixará de haver um balcão da CGD.

Estabilizar o sistema financeiro

O primeiro-ministro recordou também a importância que o Governo tem vindo a dar à necessidade de o sistema financeiro nacional dispor de um banco 100% público, “devidamente capitalizado”, garantindo que o Estado não só ficou obrigado a assegurar que esta capitalização “não distorce as regras de concorrência”, como “não vai subsidiar” a atividade do banco público “onde ele é deficitário”.

Garantiu, por isso, que o Governo “não interferirá” na gestão quotidiana da CGD, “seja para decidir quem fornece crédito, política de pessoal ou se fecha ou abre balcões nesta ou naquela terra”, dando assim cumprimento, como sublinhou, ao que sempre defendeu, de que irá “respeitar uma gestão do banco público independente e profissional”, lembrando que o problema da banca em Portugal “não é dos bancos ou dos seus acionistas”, mas que sobretudo se trata de um problema “sistémico de toda a economia”, acrescentando que as decisões que o Governo tomou este ano foram “essenciais para estabilizar o sistema financeiro”.

A este propósito, o primeiro-ministro lembrou que dois bancos privados estão hoje capitalizados, que a alienação do Novo Banco “está em curso”, assim como a recapitalização da CGD, iniciativa que “será coroada de sucesso”.

Lamentando que o anterior Governo de direita tivesse desperdiçado tempo, e sobretudo dinheiro, ao não ter querido enfrentar os problemas do sistema financeiro, preferindo adiar a utilização dos fundos que estavam disponíveis para o setor, ao contrário do caminho seguido pela Espanha, salientou António Costa, que hoje “está a crescer a um ritmo superior a Portugal” porque começou por resolver o problema do sistema financeiro, “enquanto nós só o estamos a resolver agora”.