Governo garante reforço de apoio e proteção nos lares
Para além desta iniciativa de apoio permanente, a ministra Ana Mendes Godinho garantiu ainda que está previsto reforçar as “18 brigadas de intervenção” espalhadas por todo o país, para além da testagem a trabalhadores com “critérios de níveis de risco”, tendo até ao momento sido sujeitos a este processo, como anunciou, cerca de 117 mil trabalhadores.
Quanto ao problema propriamente dito dos surtos de Covid-19, ambas as ministras asseguraram nesta audição parlamentar que os ministérios que lideram nunca deixaram, “desde o passado mês de março”, de acompanhar quotidianamente a situação nos lares e de implementar, sempre que necessário, as medidas julgadas mais adequadas, lembrando que o agravamento da situação, se por um lado “apanhou todos desprevenidos”, por outro lado, e ao contrário de algumas críticas, não tem obrigado o Governo a “correr atrás do prejuízo”.
A ministra Ana Mendes Godinho foi ainda mais longe, garantindo que a postura do Executivo em nenhum caso passou por “baixar os braços” ou assumir uma atitude de maior distanciamento em relação ao problema. Ao invés, como referiu, a disposição e o propósito “sempre foi a de implementar todas as medidas para proteger as pessoas”, lembrando, contudo, tratar-se de um grupo etário que é comprovadamente mais vulnerável a esta pandemia.
A ministra lembrou que existem no país 2.527 lares que abrigam 99.500 idosos, sendo que cerca de 60% têm mais de 80 anos de idade, garantindo que o ministério que lidera mantém um olhar permanente, designadamente através de uma ‘task-force’ que criou para o efeito em conjunto com o Ministério da Saúde, para acompanhar e implementar programas de prevenção, beneficiando ainda da colaboração próxima do setor social.
No âmbito do trabalho que o Governo tem vindo a desenvolver no combate à pandemia da Covid-19, e segundo anunciou Ana Mendes Godinho, foram já reforçados os equipamentos de proteção individual com “mais de 1,3 milhões de unidades, orçados em perto de 10 milhões de euros”, para além do recrutamento de “mais de 8 mil pessoas” para apoio às próprias instituições, registando-se ainda ao nível dos acordos de cooperação um “aumento de 120 milhões de euros” de reforço, sustentando a governante que um dos problemas mais agudos e de “mais difícil resolução” em relação à gestão diária dos lares prende-se com a questão dos recursos humanos.
Minimizar esta questão, ainda segundo a titular da pasta da Segurança Social, poderá passar, como aludiu, pela criação prevista de uma “bolsa permanente de 400 pessoas nas 18 brigadas”, garantindo que o Governo “trabalha na emergência”, com respostas que sejam capazes de “enfrentar a situação”, sem deixar, contudo, de olhar para as pessoas idosas e para o seu envelhecimento, mostrando-se convicta ser este o principal desafio que se impõe também a toda a sociedade.
Nesta audição conjunta, Marta Temido lembrou aos deputados que o Governo sempre teve como prioridade fazer testes ao maior número possível de pessoas, “independentemente dos programas de rastreio que existem um pouco em vários serviços”, sublinhando que apesar de muitas autarquias terem assumido a realização dos testes, as colheitas, em qualquer caso, “foram sempre feitas pelo Serviço Nacional de Saúde” com um custo que “nunca foi apresentado” porque “todos trabalhamos para o mesmo”.
Mais de 1.300 lares visitados por equipas multidisciplinares
A ministra alertou ainda para o trabalho que as brigadas de intervenção têm vindo a fazer junto dos lares, “nunca deixando de marcar presença”.
Marta Temido adiantou que foram já realizadas visitas a metade das 2.628 instituições que estão recenseadas na base de dados para visitas, num total de 1.323 instituições.
As visitas destas equipas, que têm como missão acompanhar regularmente os planos de contingência nos lares e a sua aplicação, “são apenas uma das várias modalidades de acompanhamento” das estruturas residenciais para idosos, referiu a governante, observando que o acompanhamento dos lares é feito também por outros meios e avançando que está a ser desenvolvido um processo de articulação entre a Segurança Social e a Saúde para desenvolver “uma metodologia de monitorização e intervenção integrada”.
O objetivo, explicou, é a “simplificação do processo de reporte diário” e “um acompanhamento mais fácil e mais claro para todos”.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acrescentou que “a preocupação tem sido uma capacidade de resposta de emergência com estas visitas de acompanhamento para verificação conjunta” das medidas de prevenção.