Governo ficou desorientado com programa do PS
“Todos os dias há uma espécie de concurso dos ministros a criticar o programa do PS. Em vez de se concentrarem tanto a criticar o programa do PS, era fazerem a sua primeira missão, que é governar, e apresentar um programa para o futuro do país”, disse o líder socialista.
António Costa, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à farmacêutica Bluepharma, em Coimbra, reafirmou que os “portugueses precisam de ter uma escolha clara nestas eleições”.
O secretário-geral do PS disse que “gostaria de poder ler um programa” de Passos Coelho, mas “do primeiro-ministro não sabemos nada”. Ao contrário, lembrou, o PS já apresentou um documento estratégico, um cenário macroeconómico, e tem, em debate público, um projeto de programa eleitoral.
Sobre as críticas de Passos Coelho ao programa do PS, António Costa sublinhou que o primeiro-ministro tem “uma dificuldade na leitura dos documentos do PS”, já que “um dia olha para os documentos e vê documentos radicais e esquerdistas e noutro dia olha para os mesmos documentos e vê perigosos liberais”, numa alusão à entrevista do líder da maioria de direita ao jornal “Observador”.
“É conhecida a nossa proposta de rutura com a austeridade, sem romper com o quadro da zona euro, que aposta no relançamento da economia, na criação de emprego, assente na inovação e modernização do país”, recordou o líder do PS, desafiando o primeiro-ministro a dizer, “de uma vez por todas, o que é que pretende para o futuro do país”.
Trabalhar com rigor numa alternativa
Ontem num jantar-comício, em Soure, distrito de Coimbra, que juntou cerca de 1000 pessoas, António Costa afirmou que o PS está a trabalhar com “rigor” numa alternativa ao atual Governo da direita, que restitua a confiança aos portugueses.
“O Governo fez uma grande promessa: que ia disciplinar as finanças e diminuir a dívida pública mas, quatro anos depois, o que temos é a dívida maior, apesar dos cortes nos salários, nas pensões e nas prestações sociais e do aumento de impostos”, sublinhou o líder socialista,
Por isso, frisou António Costa, “a receita da coligação fracassou e não funciona, pelo que temos de trocar de receita para obter melhores resultados”.
O líder socialista sublinhou ainda que “na vida política, na economia e nas finanças públicas não há milagres: o que há é rigor, confiança e seriedade, que mora aqui no PS”.
Antes do jantar-comício, António Costa tinha visitado de tarde várias empresas nos concelhos de Penacova e Vila Nova de Poiares.