Governo faz exercício de cosmética
“O défice orçamental no primeiro semestre atingiu 4,7% do PIB, muito longe do objetivo traçado. Para que esse objetivo de 2,7% de défice no fim de 2015 seja cumprido é necessário um défice próximo de 0% no segundo semestre. E para que este número do primeiro semestre existisse foi necessário reter mais de 400 milhões de euros de reembolsos devidos às empresas e famílias”, explicou Mário Centeno.
O economista, que falava num almoço comício do PS em Loures, denunciou que o Executivo Passos/Portas se prepara com a sua “estratégia de pressão fiscal” para anunciar hoje com a divulgação da execução orçamental até agosto – “pela oitava vez a revisão da suposta devolução da sobretaxa” do IRS.
Mário Centeno sublinhou, no entanto, que “é obviamente mais um exercício de cosmética, é obviamente um exercício puramente eleitoralista, que o Governo faz porque tem para ele um custo zero porque eles não vão ganhar as eleições no dia 4 de outubro”.
A gestão económica de Portugal, sublinhou ainda, mostra “os resultados de toda a irresponsabilidade” do Governo liderado por Passos Coelho.
Para o candidato a deputado pelo círculo de Lisboa, as dificuldades que o país enfrenta “dão mais valor à expressão de que há outro caminho”.
Por isso, acrescentou, “estamos convocados para votar no PS. Esta é a mensagem que temos de transportar connosco na próxima semana”.
Classe média precisa de António Costa
O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, que também interveio neste almoço- comício, defendeu que “o PS tem de ser o ponto de união de todos, desde democratas-cristãos a socialistas, de todos os que querem um país digno, com contas sérias”. E deixou o apelo: “Que se levantem e que não se deixem abater pelas sondagens”.
“Eles têm as sondagens, mas nós temos a força da verdade. Não se atemorizem com essas sondagens, não percam com elas um minuto. Peço-vos uma grande manifestação de força dos próximos dias, uma grande mobilização”, declarou.
Nesse sentido, apelou também aos militantes socialistas que se dirijam nesta campanha eleitoral sobretudo à classe média e aos mais pobres.
Isto porque, explicou, “com os ricos não vale a pena falar, pagam impostos na Holanda, pagam fora daqui, mas a classe média paga tudo, sem incentivos e sem que ninguém lhe ligue nenhuma”.
E acrescentou: “ A classe média precisa de António Costa”.