Governo do PS olhou pelo presente com os olhos no futuro
Intervindo no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS em Viseu, e em jeito de balanço da legislatura, António Costa recusou que o seu Governo se tivesse limitado, nestes quase quatro anos, a gerir a conjuntura presente, defendendo, pelo contrário, que foi também lançado um conjunto de medidas e de iniciativas sustentadas já com os olhos postos no futuro.
Sobre a atual solução política encontrada em novembro de 2015, de apoio ao Governo do PS, com bloquistas, comunistas e verdes, o líder socialista, depois de garantir que o “PS cumpriu com todos os compromissos que assumiu com estas forças políticas” e de reafirmar que foi uma iniciativa que “valeu a pena”, destacou as diligências que o seu Executivo levou a cabo nesta legislatura, designadamente em relação à “correção dos grandes défices acumulados” herdados da legislatura anterior liderada pelo PSD/CDS, dando como exemplo o Serviço Nacional de Saúde.
Hoje parece fácil que o país tenha alcançado em vários domínios, nomeadamente ao nível da macroeconomia, patamares de excelência que são nos dias que correm uma referência e um exemplo para os restantes países europeus e para as mais variadas organizações internacionais. Uma realidade, sublinhou António Costa, que os socialistas sempre defenderam ser possível de alcançar, ao contrário de muitos outros que não se cansavam de afirmar tratar-se de “uma missão impossível” de atingir, lembrando, a propósito, o ex-primeiro-ministro Passos Coelho, que levou meses a agitar a vinda do Diabo e de um novo resgate financeiro.
Dos muitos números e dados positivos que o líder socialista trouxe ao encerramento das Jornadas Parlamentares a Viseu, destaque para o terceiro lugar alcançado por Portugal como o “país mais seguro do mundo”, assim como para a “redução das pendências judiciais em 35%” registadas nos últimos quatro anos e para a “criação de condições para voltar a ter saldos migratórios positivos”.
Para além destas realidades, António Costa lembrou ainda que Portugal é um dos quatro países de todo o mundo com “políticas mais amigas da família” e um dos que mais investe, quer na qualificação dos seus jovens, quer na requalificação dos seus adultos, para além, como também referiu, de ser um dos Estados que mais tem “aumentado de forma significativa o investimento em investigação e desenvolvimento”, recordando ainda que Portugal foi o país da União Europeia que “mais reduziu em 2018 as emissões de CO2”, ou que “aumentou em 18 anos a sustentabilidade do sistema de Segurança Social”.
Fazer mais e melhor
Ora, segundo o líder socialista, “quem produziu estes resultados” em apenas quatro anos certamente que “não está só a olhar para os dias que correm, mas está também focado no futuro dos portugueses”, um alerta que serviu de pretexto a António Costa para prevenir os socialistas que têm “o dever democrático de ser humildes”, sustentando que ninguém pode ter a veleidade de pensar que os portugueses “passaram nas últimas eleições europeias um cheque em branco”.
Para António Costa, pelo contrário, o voto de confiança que os eleitores deram ao PS nas europeias significa, antes de mais, “uma pesada responsabilidade de termos de conseguir fazer mais e melhor do que no passado”, referindo que os socialistas devem, contudo, ter “orgulho pelo trabalho que fizeram”, manifestando ambição e determinação em dar “continuidade e estabilidade para que se cumpram os objetivos de uma agenda para a década”.