Governo desbloqueia impasse com perto de dez anos
O primeiro-ministro esteve esta manhã no distrito de Coimbra onde presidiu à cerimónia de lançamento do concurso de um novo sistema de ‘metro bus’ a instalar no antigo ramal ferroviário que liga o Alto de São João, em Coimbra, e Serpins, no concelho vizinho da Lousã, um equipamento que tinha sido desativado no princípio de 2010 e que agora, graças à iniciativa do Governo, e no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), vai passar a servir de um novo meio de transporte público entre as duas localidades.
Depois de se regozijar com o fim do impasse que estava a atrasar o arranque desta obra há perto de uma década, o primeiro-ministro lembrou que o Governo tudo tem feito, desde que tomou posse, para que os trabalhos se tivessem já iniciado, justificando a demora não só porque faltava definir o “modelo de transporte”, como só no passado mês de dezembro é que foi possível “incluir a obra na reprogramação dos fundos comunitários do Portugal 2020”.
Assegurado, finalmente, o financiamento que veio possibilitar a abertura do concurso público, resta agora, de acordo com o primeiro-ministro, que a obra “seja levada até última fase”.
Depois de tantos anos em que o investimento público “esteve fortemente retraído”, lembrou o primeiro-ministro, com “consequências nefastas” designadamente para as empresas, é agora a altura, como defendeu, de as empresas portuguesas “se puderem animar” e contribuírem também com a sua quota parte para o dinamismo e o vigor da economia através do seu apoio à realização desta e de outras infraestruturas da “maior importância para a região”.
Uma obra de futuro
O novo Sistema de Mobilidade do Mondego, assinalou António Costa, “tem a vantagem de não ficar às portas da cidade”, uma vez que vai entrar no centro de Coimbra e assim “ajudar à revitalização do conjunto da cidade”, prevendo acomodar no futuro ramal da Lousã autocarros elétricos que ligarão Serpins à estação ferroviária de Coimbra B, com uma linha urbana a ligar ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Com uma extensão de cerca de 42 quilómetros e um investimento calculado em perto de 125 milhões de euros, prevê-se que o sistema comece a funcionar a partir de 2021.
Já na parte final da sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu que são projetos como este que justificam a necessidade de o país ter um Programa Nacional de Infraestruturas, “devidamente debatido, discutido e ponderado” nas suas diferentes soluções e alternativas, para que depois os diversos projetos aí contidos “possam resultar de decisões com determinação na sua execução”.