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Governo degrada serviços de saúde

Governo degrada serviços de saúde

O ataque que o Governo tem feito nestes três anos e meio na área da saúde representa um atraso civilizacional, com os cortes a atingirem o dobro do que era exigido no acordo com a troica.

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O Governo e a troica deram-nos cabo da Saúde

A fuga massiva de clínicos de várias especialidades e de enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) descreve na perfeição a imagem de marca do garrote que este Executivo imprimiu à sua política no sector da saúde.

Vir agora à pressa, depois do caos instalado nas urgências hospitalares e no desinvestimento total na área dos centros de saúde, aprovar diplomas e regimes especiais de mobilidade para atrair clínicos para o SNS, depois da lista de demissões que ocorreram ao longo dos últimos ano de vigência deste Governo em diferentes hospitais do país, não resolve o problema de fundo, limitando-se a responder a casos pontuais.

A Ordem dos Médicos tem dúvidas sobre a eficácia das medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde para resolver a falta de clínicos, e suficientes para travar o fluxo de saídas dos médicos para o estrangeiro, enquanto o PS considera “insustentável” a situação que o Governo criou nos serviços de saúde do país, acusando-o de se mostrar incapaz de adotar uma linha preventiva perante os problemas do sector.

Continuar a tentar convencer os portugueses de que tudo está normal e de que o SNS está sem problemas, não só não é rigoroso, como é desmentido todos os dias pela realidade.

Como alertou no parlamento a deputada do PS Sónia Fertuzinhos, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, não consegue prevenir os problemas e só quando eles surgem e explodem é que aparecem as medidas para os tentar resolver.

A saúde, defende ainda a vice-presidente da bancada socialista, “não é compatível nem com intranquilidade, nem com remendos, nem com respostas tardias, nem ainda com a negação da realidade. Isto gera um clima absolutamente insustentável”.

Cirurgias em perigo

As urgências debatem-se hoje com uma clamorosa falta de médicos e de outros profissionais. O resultado imediato são as longas horas de espera e as lamentáveis mortes de pacientes enquanto esperavam para ser observados.

A falta de anestesistas na maior parte dos hospitais do país está já a comprometer a realização de muitas cirurgias, como admitiu o próprio ministro Paulo Macedo, um dos muitos exemplos que denunciam o ambiente irrespirável em que está mergulhado o SNS dada a degradação a que o Governo tem conduzido os cuidados de saúde.

Também no sector da medicina familiar, o Governo tem exibido uma enorme ineficiência, mostrando-se incapaz de cumprir com a promessa de dar um médico a cada utente.

ADALBERTO CAMPOS FERNANDES
Gabinete de Estudos

“Este é o resultado de uma política de saúde subordinada a uma exclusiva política orçamental que resulta de uma visão minimalista do SNS e cujas consequências para os direitos de acesso dos cidadãos se afiguram cada vez mais dramáticas. Ao fim de quase quatro anos o que sobra do balanço desta política é um quadro de destruição do SNS, do seu capital humano e da sua capacidade de resposta cujas consequências começam a ficar claras aos olhos dos portugueses.”