Governo de direita despedido por justa causa
Numa intervenção em que citou Mia Couto e Adriano Correia de Oliveira, Mário Centeno deixou claro que “o programa do Governo é uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma”, vincando que, em apenas quatro anos, a direita deixou um país mais pequeno e pobre e fez Portugal perder a Europa.
Na sua primeira intervenção no segundo dia de debate do programa do Governo PSD/CDS, o deputado do PS acusou o Executivo de direita de não traçar “compromissos”, nomeadamente no salário mínimo.
Lembrando que, afinal, “o pecado não morava aqui”, criticou o excesso de austeridade aplicado cegamente a famílias e empresas para de seguida evidenciar que os “tiques de autoritarismo” de PSD e CDS não se perderam no dia das legislativas de 4 de outubro.
“O Governo encenou uma farsa a que gosta de chamar negociação”, sublinhou o deputado socialista, para depois desmentir a ideia que a direita tenta passar de que o PS não se tinha disposto a saber mais sobre as intenções programáticas do Governo, tendo inclusivamente “enviado perguntas que ficaram sem resposta”.
Questões salariais ou em torno do aumento da emigração foram também elencadas por Mário Centeno.
“O programa do governo que hoje despedimos por justa causa não resolve estes problemas”, disse, concluindo que “Portugal precisa de outra política e Portugal terá outra política”.