O líder do PS esteve esta manhã numa escola, em Lisboa, numa deslocação em que aproveitou para lembrar que as negociações entre as associações representativas das forças de segurança e o executivo ainda decorrem.
A este propósito, assinalou que “há uma certa paz social de momento porque há conversações em curso e porque o governo distribuiu pelas várias classes um excedente que herdou do governo anterior”.
“Mas o ambiente não está pacificado”, avisou, defendendo ser preciso “garantir, de facto, que se pacifica”.
Depois, o Secretário-Geral socialista explicou que uma resposta às reivindicações das forças de segurança não deve ir apenas no sentido de evitar contestação social.
“É fundamental ir ao encontro das legítimas aspirações e necessidades dos profissionais”, enfatizou, fazendo notar, neste ponto, a importância de criar condições para que a carreira na área da segurança seja “atrativa” e “garanta que vamos continuar a ter jovens a querer ingressar na polícia”.
À margem da visita, o líder do Partido Socialista foi instado a comentar o facto de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter remetido esclarecimentos sobre a “situação política interna” para o debate da moção de censura da próxima sexta-feira.
A este respeito, Pedro Nuno Santos disse ser “incompreensível” que o chefe do executivo não tenha decidido esclarecer de imediato a questão relativa à empresa familiar, uma vez que, vincou, “as dúvidas continuam a adensar-se com o tempo”.
“É com alguma incompreensão da minha parte, sinceramente, que o primeiro-ministro não tenha decidido matar logo o assunto porque, à medida que o tempo passa, adensam-se as dúvidas e as perguntas são cada vez mais amplas sobre a empresa familiar”, observou, insistindo em que “é muito importante que essas explicações sejam dadas”, porque “quanto mais tempo passar pior será”.
Estão a ser criadas barreiras no acesso ao SNS
Por outro lado, indicou que as explicações em falta de Luís Montenegro não se limitam ao caso da empresa familiar, abrangendo também os problemas “na sociedade portuguesa que não estão a ter resposta”.
E responsabilizou diretamente o líder do executivo da AD pelas “más soluções políticas” que estão a ser adotadas para o Sistema Nacional de Saúde.
“Ainda ontem [terça-feira], em Évora, um paciente que teve um princípio de AVC à porta do hospital não pôde entrar, teve de chamar uma ambulância, que demorou 20 minutos a chegar, para fazer 25 metros”, relatou, apontando que “as soluções políticas que o governo tem adotado para resolver as dificuldades no SNS são más, estão a criar barreiras no acesso à saúde”.
Questionado sobre se a responsabilidade não seria da ministra da Saúde, Pedro Nuno Santos foi perentório: “O primeiro-ministro é o responsável máximo pela situação do SNS em Portugal e por todas as áreas”, enfatizou, lembrando ainda que foi Montenegro quem decidiu, numa remodelação ao executivo que mexeu em seis ministérios, “manter toda a equipa governativa da saúde”.