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Governo assume Portugal como país de emigração

Governo assume Portugal como país de emigração

Quatro anos e uma coligação de direita obstinada com o empobrecimento foram suficientes para que Portugal voltasse à tristemente célebre condição de país de emigração, observada nos anos 60 e 70 do século XX.

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Ingerência externa

O efeito da austeridade “custe o que custar” no aumento das saídas do país é assumido no Relatório da Emigração elaborado pelo Executivo de Passos e Portas.

“Desde 2010, com a natureza assimétrica da chamada crise das dívidas soberanas e os efeitos recessivos das políticas de austeridade, a emigração passou a crescer mais do que antes da crise”, lê-se no documento recentemente divulgado.

E se juntarmos a alta na emigração com a baixa na imigração, o panorama é ainda mais negro: Portugal está hoje na lista dos países europeus de “repulsão”, a par da Bulgária, Roménia e Lituânia.

Só nos últimos dois anos, cerca de 220 mil cidadãos nacionais abandonaram o país, com o Banco Mundial a estimar que haverá cerca de 2,3 milhões de portugueses a viver no estrangeiro há pelo menos um ano.

Contrariamente ao que tinha sido propagandeado pelo Governo da coligação de direita, a emigração não está a abrandar.

O Relatório da Emigração reconhece e acentua, inclusivamente, que os números da emigração correspondem a uma “estimativa prudente”, abaixo da realidade.

O documento permite ainda perceber que há cidadãos portugueses a viverem situações difíceis no estrangeiro e que a enfermagem é uma das áreas com maior êxodo.