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Governo assume combate cerrado à praga das praxes

Governo assume combate cerrado à praga das praxes

“Não há praxes boas e praxes más”, afirmou ontem o ministro do Ensino Superior, considerando-as uma “prática fascizante” que nada tem a ver com tradição académica. Uma “praga” que, defendeu, deve ser alvo de um “combate cerrado.

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Governo assume combate cerrado à praga das praxes

“Considero que não há praxes boas e praxes más. Sou manifestamente contra as praxes e é isso que vou escrever a todos os dirigentes estudantis. E é essa a única posição que devemos tomar. Hoje é de facto o combate a esses movimentos que tem que ser considerado do ponto de vista político, mas sobretudo da comunicação do que deve ser o ensino superior”, disse, no Parlamento, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

Na audição regimental pelos deputados da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, o ministro anunciou que vai escrever uma carta na primeira semana de setembro, antes do arranque do próximo ano letivo, a dirigentes estudantis, reitores das universidades e presidentes dos politécnicos a apelar à “máxima vigilância e o total repúdio das praxes”.

“É uma prática que temos que vigiar, é uma luta que não está ganha na sociedade portuguesa”, disse o ministro, que defendeu ser necessário um “combate cerrado a esta praga”.

Praxes nada têm a ver com tradição académica

Em resposta a uma intervenção da deputada do PSD Nilza Sena que invocou a tradição académica “muito arreigada” em cidades como Coimbra, considerando “muito forte” a expressão “praga”, Manuel Heitor disse que as praxes nada têm a ver com “tradição académica”.

“Com todo o respeito pela vida académica, a prática, diria mesmo fascizante, das praxes, não tem nada a ver com tradição académica”, acrescentou.

Recorde-se a propósito a carta aberta a todas as instituições de ensino superior, subscrita por 100 personalidades de vários quadrantes sociais e profissionais, onde se pede uma alternativa às praxes.

Entre os subscritores contam-se, entre outros, o professor universitário José Adelino Maltez, o capitão de Abril Vasco Lourenço, escritores como Luísa Costa Gomes e Miguel Sousa Tavares, os deputados Alexandre Quintanilha (PS), Paula Teixeira da Cruz (PSD), Teresa Caeiro (CDS-PP), André Silva (PAN), o ex-ministro e presidente honorário do PS António Arnaut, o sociólogo André Freire, ou Pilar del Rio, viúva do escritor José Saramago.