Governo aprova pacote de “forte apoio” à sustentação do emprego e ao rendimento das famílias
Na entrevista que ontem concedeu ao canal televisivo SIC, sem ter deixado de reafirmar que a prioridade do Governo é neste momento o combate ao novo coronavírus e que o setor da saúde continua a estar no primeiro patamar das preocupações do Executivo, o primeiro-ministro sublinhou que a economia, o rendimento das famílias e a proteção do emprego mantêm-se igualmente como prioridades das políticas, realçando, a propósito, o pacote de medidas que os ministros das Finanças e da Economia vão apresentar ao país, precisamente, como salientou, para “assegurar e proteger a manutenção destas atividades”.
Se a saúde e o combate a este flagelo do Covid-19 assume um caráter prioritário, o país, segundo António Costa, não pode parar e a primeira condição para “evitar o tsunami económico” passa, precisamente, como vincou, por “garantir que não há quebras de rendimento e de emprego”, recordando que neste momento há setores como o turismo que “estão a ser duramente afetados por esta crise”.
Para que tudo isto não venha a resultar numa nova crise semelhante ou ainda de maiores dimensões do que a que sucedeu em 2007/2008, o primeiro-ministro anunciou algumas das medidas que farão parte do pacote que os ministros Mário Centeno e Pedro Siza Vieira vão ainda hoje anunciar aos portugueses, e que passam, nomeadamente, pelo apoio às micro, pequenas e médias empresas, com iniciativas como linhas de crédito com juros “francamente favoráveis” e também, entre outras, pelo “diferimento do cumprimento de algumas obrigações”.
Quanto à banca, o primeiro-ministro, depois de lembrar que este setor “tem de ter a consciência” do peso e da responsabilidade que teve na crise de 2008, que “foram muitíssimo elevados”, referiu que o Governo tem vindo a trabalhar por forma a “assegurar as moratórias de créditos que são necessárias garantir”, designadamente, estabelecendo parâmetros de segurança às empresas que “estejam ou venham a estar numa situação conjunturalmente difícil”, manifestanto António Costa um olhar de “muita preocupação” em relação a um futuro onde ainda existem, como alertou, “diferentes graus de incertezas”.
Gestão responsável
Incertezas à parte, o primeiro-ministro lembrou que se o Governo não tivesse feito ao longo da última legislatura, e no começo da atual, “uma gestão orçamental responsável”, só muito dificilmente, como defendeu, é que não estaríamos hoje “numa angustia terrível” sobre qual vai ser ou não o saldo ao final deste ano, reconhecendo que o maior dos problemas é a “pancada” que esta crise pode dar na trajetória de crescimento da economia e do emprego. Esta é uma das razões determinantes, sustentou, para que o Governo não se concentre apenas e só no combate ao novo coronavírus, mas que tenha igualmente de olhar e de proteger o conjunto da “vida, do emprego e dos rendimentos das famílias”.