Governo acautelará sempre os interesses da comunidade portuguesa
A menos de 24 horas do referendo britânico, Augusto Santos Silva reafirma a “enorme vontade” que Portugal tem de que o seu mais antigo aliado europeu permaneça na União.
Depois de reforçar a importância que o Reino Unido assume no contexto da UE, e que a Europa sem o Reino Unido, como salientou, “não seria a mesma”, Santos Silva não deixou contudo de sublinhar que, mesmo que os britânicos optem pela saída da União Europeia, a Europa “não deixaria de existir”, reconhecendo que as condições para o “impulso de que todos precisamos”, para que a Europa volte a ser um projecto de maior solidariedade e de progresso social, seriam mais reduzidas.
O ministro Augusto Santos Siva falava à margem da sessão do lançamento da cátedra UNESCO, na Universidade Nova de Lisboa, fazendo questão de salientar que a decisão do povo britânico “é soberana” e que agora só resta aguardar pela decisão do eleitorado do Reino Unido.
Sobre as preocupações manifestadas pela comunidade portuguesa, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiro assegurou que o Governo “está a trabalhar há muito tempo” para acautelar os interesses dos portugueses, “qualquer que seja o resultado do referendo”.
Relações bilaterais
Quanto às relações entre os dois países, o ministro Santos Silva lembrou ainda que se a decisão for a permanência, o Governo continuará “a acompanhar muito atentamente” a concretização do acordo de fevereiro, estabelecido entre o Reino Unido e a União Europeia, para que se “contenha nos limites acordados”.
Se, pelo contrário, a opção do povo britânico recair no Brexit, o Governo português tudo fará para acautelar os interesses dos emigrantes, no “período negocial que se seguirá, durante dois anos”, garantindo que o Executivo de Lisboa trabalhará, neste segundo cenário, para “compensar”, em termos de relações bilaterais, eventuais dificuldades que possam surgir aos portugueses com a saída do Reino Unido.
Santos Silva mostrou-se contudo convicto de que os britânicos “vão escolher a permanência nos 28”, porque é esse o “interesse tanto do Reino Unido como da União Europeia”.