Governador do Banco de Portugal deve esclarecer a sua intervenção
Antes, porém, o PS defende ser oportuno aguardar pelo envio da ata completa, que poderá “revelar exatamente” qual foi a participação do BdP neste assunto e, só depois, “caso se justifiquem explicações adicionais”, voltar a convocar o governador do Banco de Portugal à Comissão parlamentar.
Ressalvando que o PS “não quer crucificar ninguém” mas “apenas ouvir”, o deputado e vice-presidente da bancada parlamentar socialista, João Galamba, defende ser do interesse de Carlos Costa que este assunto fique esclarecido “o mais rápido possível”, permitindo-lhe que “explique de forma definitiva” se houve ou não da parte do BdP alguma tentativa de ocultar informação.
João Galamba recorda, a este propósito, as palavras de Carlos Costa na Comissão de Inquérito, quando garantiu que o Banco de Portugal, por sua iniciativa, nada tinha imposto ao BCE, palavras que, segundo o vice-presidente da bancada do PS, são agora contrariadas por informações mais recentes.
PSD quer esconder culpas próprias
Reagindo às acusações feitas pelo PSD contra o ministro das Finanças, Mário Centeno, que o acusa de ter prestado “um depoimento falso” na Comissão de Inquérito do Banif sobre o seu papel na venda ao Santander Totta, o deputado socialista João Galamba considerou tratar-se de “alegações sem sentido” e que “esta enésima cortina de fumo”, lançada pelo PSD, apenas pretende desresponsabilizar Maria Luís Albuquerque, considerando que a ex-ministra “foi negligente” por não ter resolvido o problema do Banif ao longo dos anos em que esteve no cargo, provando, se dúvidas houvesse, que sempre “quis proteger as eleições e não os contribuintes”.
Para o vice-presidente da bancada do PS, a ex-titular da pasta das Finanças também falhou por não ter falado na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre uma proposta de compra do Banif de 700 milhões de euros, avançada por um fundo com sede em Hong Kong, proposta que só agora foi tornada pública, mas que era desde o princípio do conhecimento de Maria Luís Albuquerque.