Globalização e Internacionalismo Progressista
É fundamental travar uma batalha política em torno das regras da globalização. Essa deveria ser aliás a batalha primordial da União Europeia, enquanto região mundial mais prejudicada pela ausência de um comércio justo e sustentável.
Face ao nacionalismo que aposta na simplificação e na negação da nova realidade, é fundamental apostar num internacionalismo progressista de nova geração e é relevante salientar o contributo que o Partido Socialista (PS) tem vindo a dar nesse sentido.
António Guterres, Secretário-geral da ONU, é um internacionalista progressista que entre outras coisas, liderou o PS e presidiu à Internacional Socialista. Carlos César, Presidente em exercício do PS foi eleito no início deste mês em Cartagena, vice-presidente da Internacional Socialista, cargo antes ocupado entre outros por Antonio José Seguro, José Sócrates e Mário Soares. António Costa foi eleito também já este mês para a direção política da Aliança Progressista, rede internacional de forças progressistas que integra partidos socialistas, trabalhistas e democráticos de vários continentes.
Tudo isto acontece num momento em que o modelo progressista de governação em Portugal é caso de estudo em muitos países e centros universitários, de que o exemplo de Harvard é apenas o mais sonante. Prestigiados órgãos de comunicação generalista e revistas académicas têm também dedicado a sua atenção à experiência da “geringonça”. Eu próprio estarei em Abril no Chile, enquanto co-Presidente do Fórum Latino, para intervir no Congresso do Fórum Progressista Global (GPF), cujo tema chave é a resposta progressista aos desafios da globalização.
A globalização precisa de uma resposta progressista global. Uma resposta dada com as políticas do quotidiano e com visões partilhadas. Temos que continuar a abraçar com entusiasmo este desafio e a fazer parte, como temos feito, não do problema, mas da solução.