Flexibilidade do Fundo Ambiental permite aumentar investimento
O ministro João Pedro Matos Fernandes presidiu ontem no Espaço Memória, no Parque Empresarial do Barreiro, distrito de Setúbal, à assinatura de 11 contratos para projetos de adaptação às alterações climáticas com municípios e associações ligadas à defesa do ambiente.
Lembrando que as alterações climáticas deixaram há muito de ser uma questão do futuro, sendo hoje claramente, como afirmou, “um tema do presente”, o ministro João Pedro Matos Fernandes, depois de sustentar esta sua afirmação com o exemplo “não só com o verão passado, mas também com o inverno”, recordou que o Fundo Ambiental foi lançado pelo atual Governo em fevereiro, “tendo até ao momento recebido 31 candidaturas, das quais 11 foram já admitidas”.
O governante aludiu depois a estes onze projetos selecionados, que serão financiados pelo Fundo Ambiental, lembrando que eles se dividem em três grandes áreas, “gestão de recursos hídricos, redução das pilhas de calor que se formam nas cidades e recuperação dos habitats destruídos pelo fogo”, sendo que os contratos que ontem foram assinados no Espaço Memória, no Parque Empresarial, do Barreiro, salientou o ministro, representam um total de investimento de 2,1 milhões de euros, para apoios que giram à volta dos “1,6 milhões de euros”.
Cada caso é um caso
O ministro João Pedro Matos Fernandes referiu depois os vários investimentos e comparticipações estatais que já estão em andamento ou que se preparam para avançar no âmbito dos financiamentos para projetos de adaptação às alterações climáticas, referindo três projetos que foram já selecionados, que vão receber 200 mil euros cada um, cujas propostas vieram dos municípios de Viana do Castelo, Gavião, no distrito de Portalegre, e de Cascais.
Em relação a cada um destes casos, o ministro do Ambiente destacou a iniciativa que se vai desenvolver no concelho do Gavião, onde se prevê que sejam organizados espaços verdes, num lugar conhecido pela “Tapada da Senhora”, com o objetivo de aí instalar “zonas de sombreamento” que permitam “regular a temperatura ambiente” e, deste modo, “contrariar o efeito de ‘ilha de calor’”.
Já em Viana do Castelo os dois projetos aprovados contemplam a prevenção e gestão de risco de incêndio associado ao clima e vão também apostar na “gestão de combustíveis nas faixas de proteção à rede viária” e nas zonas industriais de Neiva e Lanheses.
Finalmente, em relação a Cascais, o projeto apresentado tem como objetivo a “resiliência às alterações climáticas” através da renaturalização de uma horta comunitária, de modo a “reduzir o consumo de água e de outros recursos naturais”, ajudando também a minorar o “calor em meio urbano”.
Mas outros concelhos serão igualmente beneficiados com financiamento do Fundo Ambiental como é o caso de Viseu, que vai receber 175,6 mil euros para diminuir as superfícies relvadas no município, prevendo-se com esta iniciativa reduzir o gasto de água em regas, em cerca de 80%.
Outra das áreas que vai ser igualmente beneficiada com verbas do Fundo Ambiental é a região intermunicipal de Coimbra que receberá cerca de 170 mil euros, que serão aplicadas nos espaços públicos com o objetivo de criar “condições adequadas a enfrentar períodos de calor extremo”, concebendo locais de abrigo, com sistemas de refrigeração alimentados a painéis solares.
Quanto ao Barreiro, local onde ontem o ministro do Ambiente presidiu à cerimónia de assinatura de 11 contratos para projetos de adaptação às alterações climáticas, vai receber 159,3 mil euros para “promover a arborização e requalificação do eixo urbano e para obter sombreamento e corredores de ventilação”.