Fica provado que é possível negociar com Bruxelas uma inversão de política
O primeiro-ministro considera que “o essencial, a viragem de página, existe neste OE”, lembrando que “nos últimos quatro anos, as famílias viram o seu rendimento disponível diminuir em 11,1%, enquanto com este Orçamento, aumenta 2,5%”.
“Gostaria que aumentasse mais, mas isto permite iniciar uma trajetória de crescimento, embora não tão rápido como desejávamos”, afirma, sublinhando que “fica provado que é possível negociar com Bruxelas uma inversão de política”.
António Costa insiste na tecla de que “ao contrário do que muitos diziam que seria impossível fazer passar este OE em Bruxelas conseguimo-lo e podemos ter um primeiro Orçamento que inicia uma viragem da página da austeridade com uma recuperação de rendimentos e uma diminuição da carga fiscal”, o que considera ser “um sinal positivo”.
Questionado sobre se não teme uma crise com uma eventual quebra do apoio ao Governo por parte do BE, PCP e PEV, o primeiro-ministro afirma que até ao momento não tem “nenhum sinal de que isso aconteça”.
Desde logo, esclarece, “porque os acordos firmados não esconderam nem iludiram as diferenças profundas que existem entre o PS, o BE, o PCP e o PEV”, já que “assentaram num conjunto de medidas concretas, num quadro preciso de governação, e por isso ninguém está à espera nem de conversões nem de surpresas e temos vindo a avaliar regularmente o trabalho que está a ser feito”.
Neste contexto, António Costa é perentório: “Não sinto nenhum desses riscos, nem de instabilidade nem de incerteza sobre a governação”.